Ocupação da Seduc: reunião de GT sobre diretrizes da Educação Indígena no Pará é marcado por críticas
Belém, 23 de janeiro de 2025 – Uma reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena no Pará, realizada nesta quarta-feira (23), foi marcada por tensões e críticas, ocorrendo em meio a uma ocupação do prédio da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC). A ocupação, iniciada por professores e estudantes indígenas, reforça a preocupação com a implementação e o respeito às especificidades da educação indígena na região.
A pauta principal do GT era a discussão e a construção coletiva das diretrizes, um processo fundamental para garantir a qualidade e a pertinência da educação oferecida às populações indígenas do estado. No entanto, a presença da ocupação e as manifestações dos presentes ofuscaram parte da discussão técnica. Diversas lideranças indígenas e representantes de entidades ligadas à causa se manifestaram contra o que consideram um processo lento e pouco participativo na definição das diretrizes.
As críticas se concentraram na falta de representatividade indígena no GT, na insuficiência de recursos destinados à educação escolar indígena e na demora na implementação de políticas públicas efetivas. Representantes dos manifestantes alegaram que, apesar das reuniões, a SEDUC não tem demonstrado comprometimento com as demandas da população indígena, apontando a falta de diálogo e de ações concretas como principais entraves para o avanço na área da educação indígena. A porcentagem de recursos destinados à educação indígena em relação ao orçamento total da SEDUC não foi especificamente detalhada durante a reunião, alimentando ainda mais as reclamações.
A ocupação da SEDUC demonstra a urgência e a gravidade da situação, segundo os manifestantes. Eles exigem maior celeridade na construção das diretrizes e a garantia de que as necessidades específicas de cada etnia sejam consideradas. O grupo de trabalho, por sua vez, se comprometeu a analisar as críticas apresentadas e a buscar soluções que atendam às demandas da comunidade indígena. Entretanto, não foram apresentadas medidas concretas para o fim da ocupação ou para o agendamento de novas reuniões.
A reunião terminou sem um consenso claro, deixando um clima de incerteza sobre o futuro das políticas de educação indígena no Pará. A ocupação da SEDUC permanece, sinalizando a continuidade da pressão por mudanças efetivas e a inclusão real das comunidades indígenas na definição das diretrizes que irão moldar sua educação nos próximos anos. A expectativa é que as próximas etapas do processo tragam avanços significativos e garantam uma educação de qualidade e respeitosa para os povos indígenas do estado.