‘O Vampiro de Curitiba’: quem foi Dalton Trevisan, vencedor dos prêmios Camões e Jabuti



O Vampiro de Curitiba: A vida e a obra de Dalton Trevisan, o mestre da crônica breve

Curitiba, 10 de dezembro de 2024 – Dalton Trevisan, o escritor paranaense conhecido como “O Vampiro de Curitiba”, faleceu em 2023, deixando um legado indelével na literatura brasileira. Sua escrita crua, visceral e profundamente humana, imortalizou a capital paranaense e seus personagens marginalizados nas páginas de suas concisas crônicas. Mas quem foi, afinal, esse autor singular, tão celebrado quanto polêmico?

Trevisan, nascido em 1925, construiu sua carreira literária com uma obra enxuta, mas impactante. Seu estilo, caracterizado por frases curtas e narrativas minimalistas, revelava uma capacidade extraordinária de condensar emoções e histórias em poucos parágrafos. A precisão de sua linguagem, aliada à escolha de personagens periféricos – prostitutas, mendigos, criminosos – o consagrou como um mestre da crônica breve, influenciando gerações de escritores. Seus livros, como “A Rosa de Pedra”, “Desastres do Amor” e “Cemitério de Elefantes”, se tornaram obras-primas da literatura brasileira, explorando com maestria os temas da violência, da solidão e da marginalidade social.

A alcunha “O Vampiro de Curitiba” surgiu em meio à admiração e à controvérsia. A violência e o lado obscuro da cidade, retratados em seus textos, chocaram e fascinaram leitores e críticos. A frieza narrativa, a descrição implacável da realidade, e a capacidade de extrair beleza da feiúra contribuíram para a construção deste mito literário. Sua obra, no entanto, transcende a simples descrição da criminalidade; ela retrata a fragilidade humana, a busca por amor e redenção em um cenário urbano hostil.

A influência de Trevisan na literatura brasileira é inegável. Sua obra perdura não apenas pela qualidade estética, mas por seu olhar crítico e implacável sobre a sociedade, que ainda ressoa nos tempos atuais. O escritor contribuiu significativamente para o desenvolvimento da crônica moderna, inspirando autores e renovando o gênero.

A morte de Dalton Trevisan, em 2023, representou uma perda irreparável para a literatura brasileira. Entretanto, sua obra permanece viva, desafiando, emocionando e inspirando leitores por décadas. A “sombra” do Vampiro de Curitiba continuará a pairar sobre a literatura, alicerçada na força e na singularidade de sua escrita.

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