O que se sabe sobre a operação contra empresa que comercializou carne estragada durante enchentes no RS



Operação desvenda esquema de comercialização de carne estragada após enchentes no RS

– Uma operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul desmantelou um esquema criminoso que envolvia a comercialização de carne estragada após as enchentes que devastaram a região em junho. A ação, batizada de Operação Carne Fraca, resultou na prisão de quatro pessoas e na apreensão de grande quantidade de produtos impróprios para o consumo. As investigações revelam um cenário preocupante de falta de fiscalização e total desrespeito às normas sanitárias, colocando em risco a saúde pública.

A operação, deflagrada na quarta-feira (26), mirou a empresa Frigo Norte, localizada em São Leopoldo. As investigações tiveram início após denúncias de que a empresa estaria comercializando carne contaminada e com prazo de validade vencido, aproveitando-se da situação de emergência causada pelas enchentes. Segundo informações da Polícia Civil, a Frigo Norte teria aproveitado a dificuldade de acesso a alguns locais afetados para distribuir, em pontos estratégicos, produtos de carne bovina e suína em estado de decomposição. Não foram divulgados os locais exatos onde a carne contaminada foi comercializada, mas as investigações apontam para distribuição em cidades afetadas pelas enchentes de junho, que atingiram principalmente a região metropolitana de Porto Alegre e o Vale do Taquari.

Os agentes apreenderam aproximadamente 30 toneladas de produtos impróprios para consumo, incluindo embutidos e carnes in natura. Além da prisão dos quatro envolvidos, a empresa Frigo Norte teve suas atividades totalmente suspensas. A investigação apontou que a empresa adulterava os rótulos dos produtos para mascarar a data de validade e o real estado de conservação da carne. A polícia também busca esclarecer se outras empresas estariam envolvidas no esquema.

O delegado responsável pela operação, não identificado na reportagem da Carta Capital, ressaltou a gravidade da situação, considerando o risco à saúde pública e a vulnerabilidade da população afetada pelas enchentes. A investigação segue em andamento para apurar a extensão do esquema e identificar possíveis outros envolvidos. Os presos responderão por crimes contra a saúde pública, adulteração de produtos e outros delitos que serão apurados ao longo do processo. A Polícia Civil trabalha em conjunto com a Vigilância Sanitária para rastrear toda a carne comercializada pela Frigo Norte e garantir que nenhum outro produto contaminado chegue ao consumidor.

A operação demonstra a fragilidade do sistema de fiscalização de alimentos no estado e reforça a necessidade de maior rigor na prevenção e repressão a crimes que colocam em risco a saúde da população, principalmente em momentos de vulnerabilidade como os decorrentes de desastres naturais. As investigações continuam e novas prisões e apreensões não são descartadas.

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