O que se sabe dos 200 militares feitos reféns por apoiadores de Evo na Bolívia
Mais de 200 militares bolivianos mantidos reféns por apoiadores de Evo Morales
– A crise política na Bolívia se aprofunda com a confirmação de que mais de 200 militares bolivianos foram mantidos reféns por apoiadores do ex-presidente Evo Morales, que renunciou ao cargo no dia 10 de novembro. A situação, que começou na noite de domingo (10), se estendeu até a madrugada de segunda-feira (11), com os militares sendo libertados gradualmente.
De acordo com informações do ministro da Defesa da Bolívia, Javier Zabaleta, os militares estavam sendo mantidos em uma base militar em Cochabamba, a terceira maior cidade do país, por cerca de 100 pessoas que se autodenominam “milícias”. As ações dos manifestantes foram motivadas pela renúncia de Morales e a nomeação de Jeanine Áñez como presidente interina.
Zabaleta afirmou que os militares foram libertados em “boas condições”, porém, não confirmou se houve algum tipo de agressão física ou verbal contra os reféns. As autoridades bolivianas ainda não divulgaram informações sobre possíveis prisões ou investigações sobre o ocorrido.
O incidente aumenta a tensão no país, que enfrenta um momento de grande instabilidade política desde as eleições presidenciais de 20 de outubro. Os resultados da eleição, que davam a vitória a Morales, foram contestados por partidos de oposição e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que apontou irregularidades no processo eleitoral.
Após a renúncia de Morales, a Bolívia vive um clima de incerteza, com protestos e manifestações em diversas cidades do país. As forças de segurança bolivianas foram acusadas de violência contra manifestantes, o que levou à condenação de vários países da América Latina.
Com a situação ainda em andamento, o futuro da Bolívia permanece incerto. A posse da presidente interina Jeanine Áñez está marcada para a próxima terça-feira (12), mas a legitimidade do seu governo já está sendo contestada por vários grupos políticos e sociais do país.