O que muda com o fim do controle cambial na Argentina



Buenos Aires, 28 de julho de 2023 – O governo argentino anunciou na última sexta-feira (28) o fim do controle cambial, medida aguardada com expectativa e apreensão. A decisão, tomada após a derrota do candidato presidencial Javier Milei nas PASO, promete mudanças significativas na economia do país, mas também acarreta incertezas sobre o seu impacto a curto e longo prazo. O peso argentino sofreu uma desvalorização imediata, com o dólar paralelo saltando para 700 pesos, representando um aumento de cerca de 20%.

A medida, implementada pelo ministro da Economia, Sergio Massa, tem como objetivo enfrentar a crise econômica crônica que afeta o país. A Argentina vinha convivendo com um sistema de múltiplos tipos de câmbio, gerando distorções no mercado e limitando o acesso à moeda estrangeira. O fim do controle visa a unificar o câmbio e a atrair investimentos estrangeiros, com a expectativa de que um mercado mais livre possa impulsionar a economia. A política econômica do governo atual incluía, além do controle cambial, o congelamento de preços e pesados subsídios ao consumo de energia.

Massa defende que a unificação cambial, junto com um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), é crucial para estabilizar a economia. A expectativa do governo é de que, a longo prazo, a medida possa trazer benefícios. No entanto, analistas econômicos alertam para os riscos potenciais de uma alta inflacionária ainda maior e de uma possível fuga de capitais. A desvalorização da moeda, por si só, já impactou significativamente o poder de compra da população. O aumento nos preços de bens e serviços importados é uma preocupação imediata.

A medida representa um grande desafio para o governo e para a população argentina. A expectativa é que os próximos meses sejam decisivos para avaliar o sucesso ou fracasso dessa estratégia. As incertezas persistem e a população aguarda ansiosamente pelos desdobramentos econômicos desta mudança radical na política cambial. O impacto da decisão nas eleições presidenciais de outubro ainda não está claro, mas a repercussão imediata nos mercados financeiros demonstra a magnitude da alteração.

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