O que muda com o anúncio de Zuckerberg sobre o fim do programa de checagem pela Meta



Meta abandona programa de checagem de fatos e impacta a luta contra a desinformação

– A Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, anunciou nesta terça-feira (13) o fim de seu programa global de checagem de fatos, impactando diretamente a forma como as plataformas combatem a desinformação. A decisão, que afeta mais de 80 parceiros de checagem de fatos em todo o mundo, preocupa especialistas e levanta questionamentos sobre o futuro da moderação de conteúdo nas redes sociais.

A empresa, em comunicado, justificou a medida alegando a necessidade de investir em outras estratégias de combate à desinformação, sem especificar quais. A Meta afirma que o foco agora será em aprimorar suas ferramentas de inteligência artificial (IA) para identificar e remover conteúdo falso, além de investir em novas tecnologias de detecção de manipulação. No entanto, a decisão foi recebida com ceticismo por parte de especialistas que criticam a ineficácia das ferramentas de IA na identificação de desinformação complexa e sofisticada, que costumam exigir a análise humana de especialistas.

A decisão impacta diretamente os cerca de 70 verificadores de fatos brasileiros que atuavam no programa da Meta. Em 2022, esses verificadores analisaram mais de 400 mil itens de conteúdo, classificando mais de 370 mil como falsos, e removendo 160 mil conteúdos falsos. A eliminação do programa compromete, portanto, esse importante trabalho de combate à desinformação no Brasil. O impacto também se estende globalmente, afetando o combate à disseminação de notícias falsas em diversas regiões, especialmente em momentos crucialmente importantes para a democracia e a saúde pública.

Embora a Meta afirme que a decisão não representa uma redução de investimento no combate à desinformação, a eliminação do programa de checagem de fatos por um modelo baseado em IA gera dúvidas sobre a eficácia dessa nova abordagem. A falta de transparência sobre as novas estratégias e a ausência de alternativas claras para os verificadores de fatos levantam preocupações sobre o aumento da propagação de informações falsas nas plataformas da Meta e, consequentemente, a potencial amplificação de seus impactos negativos na sociedade.

A decisão da Meta representa um retrocesso significativo na luta contra a desinformação online e deixa em aberto a questão sobre a responsabilidade das grandes plataformas digitais na moderação de conteúdo e na proteção do debate público. A comunidade internacional acompanha de perto as consequências dessa decisão, e a expectativa é de que outras empresas do setor analisem criticamente o impacto de suas próprias estratégias no combate à desinformação online.

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