O que esperar da última reunião do BC sob o comando de Campos Neto
São Paulo, 18 de julho de 2023 – O mercado financeiro acompanha com atenção a última reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) sob o comando de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. O encontro, que ocorrerá na próxima quarta-feira, 26 de julho, definirá os rumos da taxa básica de juros, a Selic, e será crucial para entender as perspectivas da política monetária nos próximos meses. A expectativa predominante é de manutenção da taxa em 13,75% ao ano.
A decisão de manter ou ajustar a Selic dependerá de uma análise minuciosa dos indicadores econômicos recentes. A inflação, embora tenha apresentado sinais de arrefecimento, ainda se mantém acima da meta estabelecida pelo CMN. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho registrou alta de 0,08%, desacelerando em relação aos meses anteriores. Entretanto, a persistência de pressões inflacionárias em alguns setores, como alimentos e energia, preocupa os especialistas.
Além da inflação, o comportamento do mercado de trabalho e as projeções de crescimento econômico para os próximos trimestres também influenciam a decisão do Copom. A geração de empregos tem se mostrado robusta, mas a incerteza política e a perspectiva de uma desaceleração global ainda causam cautela. Analistas consultados pelo Banco Central esperam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,0% para este ano, uma revisão para baixo em relação às projeções anteriores.
A reunião desta quarta-feira será a última sob a liderança de Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro. A transição para um novo presidente do Banco Central já está em curso e a continuidade ou mudança de estratégia na política monetária nos próximos anos ainda é tema de amplos debates. A expectativa do mercado é de que a escolha do próximo presidente contemple a manutenção da credibilidade da instituição, pilar fundamental para a estabilidade econômica do país.
A decisão do Copom na próxima quarta-feira será, portanto, um marco importante não apenas para a conjuntura econômica imediata, mas também para o futuro da política monetária brasileira. A manutenção da Selic em 13,75% sinalizaria uma postura de cautela e vigilância em relação à inflação, enquanto qualquer alteração, seja para cima ou para baixo, geraria impactos significativos no mercado. A expectativa é que o comunicado oficial do Copom, divulgado após a reunião, forneça detalhes sobre os fundamentos que embasaram a decisão e as projeções para os próximos meses.