Número de pessoas trans e travestis assassinadas no Brasil cai em 2024
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São Paulo, 24 de julho de 2024 – O número de assassinatos de pessoas trans e travestis no Brasil apresentou uma redução no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), foram registrados 79 assassinatos até junho de 2024, uma queda de 20% em relação aos 99 casos registrados no primeiro semestre de 2023. Apesar da redução percentual, a realidade ainda é alarmante, mantendo o Brasil como um dos países mais violentos para a população trans e travesti.
A ANTRA, principal fonte para a coleta destes dados, atribui a queda a uma série de fatores, ainda que não apresente uma análise detalhada sobre as causas. A organização destaca a importância de se manter a vigilância e a luta contínua pelos direitos humanos desta população. A presidente da ANTRA, Bruna Vargas, reforçou que, apesar da redução numérica, a violência estrutural continua a ser uma realidade para as pessoas trans e travestis. “Apesar da queda de 20%, ainda são 79 mortes em seis meses. Precisamos continuar a luta contra a violência e pela garantia de direitos para essa população”, declarou Vargas.
A pesquisa da ANTRA, realizada a partir de monitoramento de notícias e dados de diversas fontes, inclui apenas os casos registrados e divulgados publicamente. Este fato, segundo a ANTRA, pode subestimar o número real de assassinatos, já que muitos casos podem não ser reportados ou registrados oficialmente. A dificuldade de acesso à justiça e a impunidade para os crimes contra a população LGBTQIA+ também são fatores cruciais a serem considerados.
A redução de 20% nos assassinatos de pessoas trans e travestis, embora positiva, não deve ser interpretada como um sinal de que o problema está resolvido. A luta por políticas públicas de proteção, combate à violência e promoção da igualdade para a população trans e travesti deve continuar com vigor, buscando garantir a sua segurança e o respeito aos seus direitos fundamentais. A necessidade de maiores investimentos em investigações e punição dos crimes de ódio continua sendo uma prioridade fundamental. A queda registrada no primeiro semestre de 2024, portanto, é apenas um passo em um caminho longo e árduo pela conquista de uma sociedade mais justa e inclusiva para todas as pessoas.