Novo Congresso dos EUA toma posse com maioria Republicana nas duas casas e racha no partido do presidente eleito
Washington, 3 de janeiro de 2025 – O novo Congresso dos Estados Unidos iniciou seus trabalhos nesta quarta-feira (3) sob o signo da divisão. Com a maioria republicana em ambas as Casas – Senado e Câmara dos Representantes – a expectativa é de um período marcado por disputas e dificuldades para aprovar legislações, agravadas por um profundo racha interno no próprio Partido Republicano, o partido do presidente eleito.
A Câmara dos Representantes, composta por 435 membros, terá uma maioria republicana significativa, embora menor que a esperada inicialmente. A disputa pela presidência da Casa foi acirrada e mostrou a fragilidade da liderança republicana. Kevin McCarthy, figura central na negociação pela liderança da Câmara, acabou eleito após 15 rodadas de votação, um recorde histórico que demonstra a polarização interna da legenda. O cenário ilustra a dificuldade em manter a unidade da bancada republicana frente a diferentes alas ideológicas do partido.
No Senado, a maioria republicana é mais estreita. Os republicanos conquistaram uma maioria apertada de 51 a 49 cadeiras, cenário que promete embates acirrados durante a votação de projetos de lei. Esta pequena margem de superioridade demonstra a dificuldade para aprovar pautas prioritárias para o novo governo, exigindo constantes negociações e concessões.
A posse do novo Congresso ocorre num contexto de grande polarização política nos EUA. A vitória republicana em ambas as Casas configura um desafio considerável para o presidente eleito, que precisará navegar por um ambiente legislativo hostil e lidar com as divergências internas de seu próprio partido. A dificuldade em manter a coesão interna entre os republicanos pode comprometer a agenda legislativa do novo governo e limitar sua capacidade de ação nos próximos anos.
A fragmentação ideológica dentro do Partido Republicano, evidenciada pela disputa pela presidência da Câmara, indica uma legislatura potencialmente instável e repleta de impasses. Observadores políticos preveem um período de negociações árduas e um forte aumento da pressão política sobre o presidente eleito para encontrar pontos de convergência com a maioria republicana no Congresso. O sucesso do novo governo em cumprir suas promessas de campanha dependerá, em grande medida, da sua capacidade de construir pontes e superar as divisões internas e externas que marcam o início desta nova legislatura.