Netos enterram avó com as mãos após não encontrarem coveiro em cemitério: ‘Tristeza, raiva e revolta’



Tocantinópolis (TO), 6 de janeiro de 2025 – Tristeza, raiva e revolta marcaram o enterro de dona Raimunda Nonata da Silva, 78 anos, em Tocantinópolis, no Tocantins. A avó foi sepultada pelos próprios netos, após a família não conseguir encontrar um coveiro no cemitério municipal São João Batista. A situação expôs a precariedade dos serviços públicos e a falta de respeito com os mortos na cidade.

A família de dona Raimunda chegou ao cemitério na manhã desta segunda-feira para o sepultamento, previsto para as 10h. No entanto, a ausência de um coveiro para abrir a cova gerou um impasse e momentos de angústia. De acordo com os familiares, a busca por um responsável pela tarefa se estendeu por horas, sem sucesso. “Não tinha ninguém para nos ajudar. Ligamos para a prefeitura, mas ninguém atendeu”, relatou um neto de dona Raimunda, que preferiu não se identificar. Diante da situação desesperadora e com o caixão já presente no local, os netos da idosa, sem outra alternativa, assumiram a responsabilidade de abrir a cova e realizar o enterro.

A falta de um coveiro no cemitério municipal demonstra uma falha grave na estrutura de atendimento público. A prefeitura de Tocantinópolis ainda não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido. A família de dona Raimunda, além da dor pela perda, agora luta por respostas e providências para que situações como esta não se repitam. A indignação com a falta de estrutura e organização do município se tornou evidente no relato dos netos, que descreveram a experiência como “dolorosa e indigna”. Eles relatam a dificuldade física e emocional em lidar com a situação, tendo que realizar uma tarefa que exige preparo e cuidados específicos, em meio à tristeza pelo falecimento da avó.

O caso evidencia a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura e na gestão do cemitério municipal São João Batista, garantindo o atendimento adequado às famílias em momentos de luto. A ausência de um coveiro disponível, como demonstrado pelo ocorrido, representa uma violação do direito básico de um sepultamento digno. A repercussão do caso nas redes sociais gerou grande comoção e questionamentos sobre a gestão municipal. A espera por uma resposta por parte da prefeitura e soluções concretas para evitar novas situações similares permanece.

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