‘Não é mais possível ver o sol’: crise da fumaça muda cor do céu no Pará, sede da próxima COP



Belém (PA), 4 de dezembro de 2024 – A fumaça que encobre o estado do Pará, resultado de um aumento significativo de queimadas, coloca em xeque a capacidade do governo federal em cumprir suas promessas ambientais antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém em 2025. O cenário atual, marcado por um crescimento alarmante de focos de queimadas, reforça as preocupações internacionais sobre o compromisso brasileiro com a redução do desmatamento e a mitigação das mudanças climáticas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará registrou um aumento de 11,5% nos focos de queimadas em comparação com o mesmo período do ano passado. A situação é agravada pela concentração de focos em áreas de floresta amazônica, um ecossistema crucial para a regulação do clima global. Essa elevação acende um sinal de alerta, especialmente considerando a proximidade da COP30, onde o Brasil terá que apresentar resultados concretos e demonstrar seu compromisso com a agenda ambiental.

A intensificação das queimadas não apenas impacta a saúde da população, causando problemas respiratórios e afetando a qualidade de vida, mas também contribui significativamente para a emissão de gases de efeito estufa, prejudicando os esforços globais para conter o aquecimento global. Especialistas alertam para a necessidade de ações mais contundentes do governo, incluindo o aumento do monitoramento, o fortalecimento da fiscalização e a punição efetiva dos responsáveis por incêndios criminosos.

O governo federal, por sua vez, enfrenta a pressão para demonstrar resultados palpáveis antes da COP30. A expectativa da comunidade internacional é alta, e qualquer demonstração de fraqueza na luta contra o desmatamento e as queimadas poderá comprometer a credibilidade do Brasil no cenário global de combate às mudanças climáticas. A organização do evento, por si só, já coloca o país sob um escrutínio ainda maior.

A crise das queimadas no Pará, portanto, transcende os limites do estado e se configura como um desafio crucial para o governo brasileiro, que precisa apresentar soluções eficazes e demonstrar um compromisso real com a preservação da Amazônia e a redução das emissões de gases de efeito estufa antes da COP30. O sucesso do evento e a imagem internacional do Brasil dependem, em grande parte, da capacidade de reverter a atual tendência de aumento das queimadas na região.

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