Mulher é condenada à prisão perpétua na França por matar a própria filha de fome
Paris, 1º de março de 2024 – Um caso chocante de negligência parental culminou em uma sentença de prisão perpétua na França. A justiça francesa condenou, nesta quarta-feira, uma mulher por privar a própria filha de comida, causando a morte da criança. O julgamento, que durou vários dias, expôs detalhes perturbadores sobre a fome crônica sofrida pela menina, levando a um veredito de extrema severidade.
A acusada, cujo nome não foi divulgado pela Carta Capital para proteger a identidade de outras crianças da família, foi encontrada culpada de homicídio voluntário por uma corte em Paris. A sentença, de prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional após 22 anos, reflete a gravidade do crime e a falta de remorso demonstradas pela ré durante o processo. A promotoria havia pedido prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O tribunal ouviu depoimentos de testemunhas que descreveram o estado de desnutrição extrema em que a criança se encontrava antes de sua morte. A menina, cuja idade não foi divulgada na reportagem, pesava apenas 8 quilos quando faleceu, sofrendo de uma desnutrição grave que contribuiu diretamente para seu óbito. Exames médicos revelaram que a criança morreu de inanição, apontando para uma longa e deliberada privação de alimento.
A defesa da acusada argumentou que a mulher sofria de problemas mentais, mas os argumentos não foram suficientes para convencer o tribunal. A sentença destaca a importância de se proteger crianças vulneráveis de negligência parental e sublinha a gravidade das consequências da privação de cuidados essenciais. A justiça francesa, nesse caso, enviou uma mensagem inequívoca de que crimes tão graves serão punidos com o máximo rigor.
A repercussão do caso é grande na França, reforçando o debate sobre os recursos de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade e os mecanismos para a identificação precoce de casos de negligência infantil. A sentença de prisão perpétua, embora severa, é vista por muitos como um reflexo da gravidade inaceitável do crime cometido contra a criança.