Muito além de subir pelas paredes: aranhas usam as patas como órgãos olfativos



Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2025 – Muito além da capacidade de escalar paredes com maestria, as aranhas surpreendem a comunidade científica ao demonstrarem um sofisticado sentido do olfato por meio das suas próprias patas. Um estudo recente, publicado na revista científica Current Biology, revela que esses aracnídeos utilizam quimiorreceptores presentes em seus apêndices para detectar odores, ampliando significativamente a compreensão da sua biologia sensorial.

A pesquisa, liderada por equipe internacional de cientistas, descobriu que as aranhas utilizam as patas para detectar moléculas de odor no ar, uma capacidade até então desconhecida em grande escala. Experimentos detalhados mostraram que as aranhas conseguem detectar diferentes odores, como o de presas e feromônios, através dos receptores presentes nas patas. O estudo utilizou aranhas da espécie , com registros mostrando que a remoção de pelos sensoriais nas patas reduziu significativamente a capacidade das aranhas de detectar odores, confirmando a importância dessas estruturas no processo olfativo.

A descoberta desafia a visão tradicional sobre a percepção sensorial em aranhas, que se concentrava principalmente na utilização de órgãos específicos, como os pedipalpos. A pesquisa indica que as patas atuam como uma extensão do sistema olfativo, permitindo que as aranhas detectem e processem informações químicas do ambiente com maior eficiência. A utilização das patas amplia o alcance sensorial do animal, permitindo a detecção de odores a distâncias maiores e com maior precisão.

Além da detecção de presas, a capacidade de detectar odores através das patas pode estar relacionada a outros comportamentos importantes, como a localização de parceiros para acasalamento, a identificação de locais apropriados para construir teias e a detecção de predadores. Os pesquisadores acreditam que essa descoberta possa abrir novas perspectivas para o desenvolvimento de tecnologias inspiradas na biologia das aranhas, como sensores químicos altamente sensíveis.

Em suma, a descoberta de que as aranhas utilizam as patas como órgãos olfativos representa um avanço significativo na compreensão da biologia sensorial desses animais. A pesquisa demonstra a complexidade e a sofisticação dos sistemas sensoriais das aranhas e abre caminho para futuras investigações sobre a interação desses animais com seu ambiente. O estudo destaca a importância de continuar a investigar a fascinante biologia das aranhas e a riqueza de adaptações evolutivas presentes nesse grupo de animais.

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