MS tem média de quase 600 crianças órfãs por ano desde 2021, aponta levantamento
Campo Grande, 26 de novembro de 2024 – Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário preocupante: uma média de quase 600 crianças ficam órfãs a cada ano no Estado desde 2021, segundo levantamento do Conselho Tutelar de Campo Grande. A informação, divulgada nesta segunda-feira, acende um alerta sobre a necessidade de políticas públicas mais efetivas para o amparo dessas crianças e adolescentes.
O estudo, realizado pelo Conselho Tutelar da capital, analisou dados de óbitos de pais e responsáveis por crianças e adolescentes no período entre 2021 e 2023. Os números revelam uma realidade alarmante: em 2021, foram registradas 580 crianças órfãs; em 2022, o número subiu para 590; e em 2023, chegou a 598. Essa média de quase 600 órfãos por ano demonstra a urgência da criação e fortalecimento de redes de apoio para garantir os direitos e o bem-estar dessas crianças.
A presidente do Conselho Tutelar de Campo Grande, Luciene Duarte, destaca a complexidade da situação. “Não são apenas números, são crianças e adolescentes que precisam de acolhimento, proteção e cuidados especiais”, afirma. A falta de dados precisos em todo o estado dificulta a construção de um panorama completo da situação, mas os números de Campo Grande servem como um indicativo da dimensão do problema em Mato Grosso do Sul.
O levantamento não especifica as causas dos óbitos dos pais e responsáveis, mas a presidente do Conselho Tutelar enfatiza a necessidade de investimentos em políticas públicas que promovam a saúde, a segurança e o bem-estar das famílias. A prevenção de mortes, através de ações de saúde pública e combate à violência, é apontada como crucial para reduzir o número de crianças que se tornam órfãs.
A falta de dados estaduais completos dificulta um aprofundamento na análise do problema, impossibilitando a identificação de regiões mais afetadas e a definição de estratégias específicas de intervenção. A necessidade de um trabalho conjunto entre órgãos governamentais e entidades da sociedade civil é apontada como fundamental para garantir um futuro digno para as crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade.
A divulgação destes dados representa um importante passo para chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a urgência de ações que protejam as crianças órfãs de Mato Grosso do Sul e garantam seus direitos fundamentais. A expectativa é que esse levantamento sirva de base para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para a mobilização de recursos destinados ao cuidado e à proteção dessas crianças.