Mourão reconhece existência de planos golpistas, mas minimiza: ‘conspiração tabajara’
Mourão reconhece planos golpistas, mas minimiza ameaça: “Conspiração Tabajara”
Brasília, 21 de fevereiro de 2024 – O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, confirmou nesta terça-feira a existência de planos golpistas após as eleições de 2022, mas os classificou como uma “conspiração tabajara”, minimizando sua gravidade e potencial impacto. Em entrevista à rádio Jovem Pan, Mourão afirmou que teve conhecimento de tais planos através de relatórios de inteligência, sem, no entanto, entrar em detalhes sobre o conteúdo específico dessas informações.
Sua declaração surge em um contexto de crescente preocupação com a polarização política no país e a persistência de grupos que contestam os resultados das últimas eleições. Embora admita a existência de movimentações com o objetivo de subverter a ordem democrática, Mourão as descreve como ineficazes e sem capacidade de execução. Ele argumentou que as Forças Armadas, sob sua liderança como vice-presidente, estavam atentas a essas movimentações e que foram tomadas as medidas necessárias para impedir qualquer ação que pudesse comprometer a estabilidade institucional.
A fala do general da reserva, contudo, gerou controvérsia. A utilização do termo “conspiração tabajara” para se referir a planos golpistas, foi interpretada por alguns analistas políticos como uma tentativa de desqualificar a gravidade das ameaças à democracia e minimizar a seriedade das intenções dos grupos envolvidos. A oposição, por sua vez, criticou a postura de Mourão, acusando-o de falta de transparência e de subestimar o risco de novos atentados à democracia. A falta de informações detalhadas sobre os planos golpistas e as ações tomadas para neutralizá-los também gerou questionamentos sobre a efetividade da atuação das forças de segurança e inteligência.
Ainda segundo Mourão, a situação não representava uma ameaça significativa à democracia brasileira. Ele não apresentou dados ou evidências para sustentar sua avaliação, reforçando as críticas de falta de transparência em relação ao tema. A entrevista, portanto, deixa em aberto diversas questões relevantes sobre o nível real de ameaça golpista, a efetividade das ações de contra inteligência e a postura do governo em relação àqueles que buscam minar a ordem democrática.
A declaração de Mourão reacende o debate sobre a fragilidade democrática brasileira e a necessidade de ações efetivas para proteger as instituições e garantir a legitimidade do processo eleitoral. A falta de clareza e a aparente subestimação do risco por parte do vice-presidente certamente gerarão novos debates e questionamentos nos próximos dias.