Mortos e Desaparecidos: o que faz a comissão, da qual Eunice Paiva fez parte, que até hoje reconhece vítimas da ditadura
Brasília, 23 de janeiro de 2025 – Cinquenta anos após o fim da ditadura militar no Brasil (1964-1985), a luta pela memória e justiça para as vítimas do regime continua. A Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, da qual a deputada Eunice Paiva fez parte, segue atuando na identificação de vítimas e na busca por reparação. Apesar dos avanços, o trabalho demonstra a complexidade da tarefa de reconhecer e reparar os danos causados por um período tão sombrio da história brasileira.
A comissão, criada em 1995, é responsável por investigar e reconhecer as vítimas da repressão política durante a ditadura. Seu trabalho abrange a busca por informações sobre mortos e desaparecidos, a exumação de corpos, a análise de documentos e depoimentos, e o posterior reconhecimento legal do status de vítima da repressão. Até o momento, foram reconhecidas 434 vítimas, representando apenas uma porção dos casos estimados.
A atuação de Eunice Paiva, falecida em 2023, foi fundamental para o trabalho da comissão. Como membro ativa, ela contribuiu significativamente para a busca por justiça e a luta pelo reconhecimento das vítimas do regime. Seu legado permanece, e sua contribuição é lembrada por aqueles que continuam a lutar pela memória e pela reparação dos danos causados pela ditadura militar.
A lentidão do processo de reconhecimento de vítimas é apontada como um desafio constante. Muitos casos ainda carecem de evidências suficientes para comprovação, e a busca por informações, muitas vezes fragmentadas ou inacessíveis, se mostra uma tarefa árdua. A dificuldade de acesso a documentos arquivados, bem como a falta de registros precisos sobre o período, agravam ainda mais a situação.
Apesar das dificuldades, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos segue firme em sua missão. A luta pela memória e a busca por justiça para as vítimas da ditadura militar são consideradas um dever de memória coletiva, que visa não só reparar danos do passado, mas também prevenir futuras violações de direitos humanos. O trabalho continua, na busca incansável pela verdade e reparação para aqueles que sofreram as consequências de um regime autoritário. A persistência da comissão, mesmo com os desafios e o tempo decorrido, demonstra a importância de se manter viva a memória da ditadura e a luta por justiça social.