‘Mortos e desaparecidos na ditadura’: mapa mostra novas certidões de óbitos emitidas ou corrigidas pelo país
São Paulo, 11 de janeiro de 2025 – Um novo mapa divulgado mostra um avanço significativo na emissão e correção de certidões de óbito para vítimas da ditadura militar brasileira (1964-1985). A iniciativa, que busca reparar o sofrimento de famílias que, por décadas, tiveram seus entes queridos registrados como desaparecidos ou com informações incompletas, demonstra um passo importante na busca pela verdade e justiça histórica.
O mapa, resultado de um levantamento detalhado, revela que em todo o país, foram emitidas ou corrigidas 1.085 novas certidões de óbito. Esse número representa um incremento considerável no registro oficial das vítimas da repressão, oferecendo um alívio, mesmo que tardio, a muitas famílias que aguardavam por esse reconhecimento. A maior parte das novas certidões foram emitidas no estado de São Paulo (325), seguido de Minas Gerais (100) e Rio de Janeiro (92). As informações coletadas demonstram a complexidade da tarefa, que envolve a busca por documentos muitas vezes fragmentados e perdidos ao longo do tempo, além da necessidade de confrontação de dados e investigação aprofundada em cada caso.
A iniciativa de mapeamento é uma ferramenta crucial para entender a distribuição geográfica das vítimas da ditadura e o impacto da violência estatal em diferentes regiões do país. A análise dos dados permite identificar lacunas e direcionar esforços para a localização de outros registros, contribuindo para uma compreensão mais abrangente do período. A identificação de padrões e concentrações geográficas também pode auxiliar em futuras investigações e na busca por justiça para os casos ainda sem resolução.
Apesar do avanço significativo representado pelas 1.085 novas certidões, o trabalho de resgate da memória e de reparação das vítimas da ditadura permanece um desafio. A busca pela verdade e justiça requer um esforço contínuo por parte do Estado e da sociedade como um todo, garantindo que as famílias recebam o reconhecimento devido e que a história não se repita. O mapa, portanto, se apresenta como um instrumento valioso nessa luta, sinalizando um caminho para a construção de uma memória mais justa e completa.