Mortes de adolescentes em ações da polícia de SP crescem pelo segundo ano consecutivo



São Paulo, 24 de agosto de 2023 – O número de adolescentes mortos em ações policiais na Grande São Paulo registrou um aumento preocupante pelo segundo ano consecutivo. Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) revelam um crescimento de 11% em 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. Este preocupante cenário exige uma análise profunda das estratégias de segurança pública empregadas no estado e levanta sérias questões sobre a letalidade da atuação policial com jovens.

De janeiro a julho de 2023, 44 adolescentes foram mortos em confronto com policiais na região metropolitana de São Paulo. No mesmo período de 2022, esse número foi de 39. Embora a SSP-SP não forneça dados sobre a proporção de adolescentes mortos em relação ao total de ocorrências policiais, o aumento percentual demonstra uma tendência alarmante. A comparação com os dados de 2021, quando 31 adolescentes perderam a vida em circunstâncias semelhantes no mesmo período, reforça a gravidade da situação. A constatação de que, em apenas dois anos, o número de mortes de adolescentes em ações policiais na região metropolitana de São Paulo aumentou em mais de 40% indica uma falha sistemática que precisa ser urgentemente corrigida.

A falta de informações detalhadas por parte da SSP-SP sobre as circunstâncias de cada morte dificulta a avaliação completa da situação. A ausência de dados sobre o perfil dos adolescentes mortos, as armas utilizadas e os procedimentos adotados pela polícia impede uma análise mais aprofundada e a implementação de políticas públicas eficazes. A necessidade de transparência e de investigações independentes e imparciais é crucial para apurar a responsabilidade por cada morte e evitar que novas tragédias ocorram.

Organizações de direitos humanos vêm alertando para o aumento da violência policial contra jovens em comunidades periféricas. A falta de investimento em programas sociais e na prevenção à violência, combinada com o aumento da militarização das polícias, contribui para o ciclo vicioso de violência que precisa ser interrompido. A sociedade civil, em conjunto com as autoridades, deve demandar ações concretas para reduzir a letalidade policial e garantir a proteção dos direitos humanos de todos os cidadãos, especialmente dos adolescentes mais vulneráveis.

A persistente elevação no número de mortes de adolescentes em ações policiais em São Paulo exige uma resposta imediata e contundente das autoridades. A transparência, a investigação rigorosa dos casos e a implementação de políticas públicas que priorizem a prevenção à violência e a promoção da justiça social são passos fundamentais para reverter essa triste realidade e garantir um futuro mais seguro para os jovens do estado.

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