Morre aos 88 anos o fotógrafo Evandro Teixeira, que captou o horror da ditadura

Morre Evandro Teixeira, fotógrafo que registrou o terror da ditadura aos 88 anos

O Brasil se despediu nesta terça-feira (14) de um dos mais importantes fotógrafos do país, Evandro Teixeira. Reconhecido por ter registrado com sensibilidade e coragem os horrores da ditadura militar, Teixeira morreu aos 88 anos em sua casa, no Rio de Janeiro.

Teixeira começou sua carreira como fotógrafo em 1957, trabalhando para o jornal “Última Hora”. Foi durante a década de 1960, no entanto, que sua obra se tornou símbolo de resistência e denúncia. A partir de 1964, quando o golpe militar instaurou um regime de terror no Brasil, Teixeira passou a documentar a repressão, as torturas e a perseguição política que marcaram aquele período.

Em 1969, por exemplo, ele fotografou o corpo de Edson Luís, estudante assassinado por policiais durante uma manifestação no Rio de Janeiro. A imagem, que se tornou um ícone da luta contra a ditadura, mostra a brutalidade da repressão e a dor da perda.

Teixeira também registrou o exílio de importantes figuras políticas, como o ex-presidente João Goulart, e a luta de movimentos sociais e sindicais que se opunham ao regime. Suas fotos, que retratam a realidade do Brasil sob a ditadura, ganharam reconhecimento internacional e foram exibidas em diversas exposições.

Além da fotografia, Teixeira dedicou sua vida à luta por justiça social e democracia. Participou ativamente de movimentos sociais e foi um dos fundadores da Agência Foto Repórter, em 1967, que reuniu outros fotógrafos comprometidos com a denúncia da realidade social do país.

A morte de Evandro Teixeira representa uma perda irreparável para a cultura e a história do Brasil. Sua obra, que retrata um dos períodos mais sombrios da nossa história, serve como um alerta sobre a importância da democracia e da liberdade, e como um legado de resistência para as futuras gerações.