Militares continuaram a monitorar Moraes mesmo após o fracasso do golpe
Brasília, 26 de julho de 2023 – Documentos obtidos pela CartaCapital revelam que militares continuaram monitorando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo após o fracasso da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. A vigilância, que se estendeu por meses, incluiu o acompanhamento de seus deslocamentos e atividades, indicando uma persistência de esforços para influenciar ou intimidar o magistrado, figura central nas investigações sobre os atos golpistas.
A reportagem detalha o acesso a planilhas e relatórios que mostram a continuidade das atividades de monitoramento, após o dia 8 de janeiro. Embora o conteúdo preciso das informações coletadas não seja explicitamente detalhado na reportagem, a própria existência do monitoramento posterior ao evento de maior repercussão demonstra uma clara estratégia de vigilância. A CartaCapital destaca a gravidade do fato, apontando para a falta de transparência e o potencial comprometimento da independência do Poder Judiciário.
A persistência do monitoramento levanta questionamentos cruciais sobre o papel das Forças Armadas na estabilidade democrática brasileira. A reportagem sugere que a atividade de vigilância, mesmo sem ações concretas de intimidação ou violência diretamente ligadas ao material obtido, representa uma clara violação à independência do Judiciário e um atentado aos princípios democráticos básicos. A reportagem não especifica quem exatamente estava por trás da vigilância ou quais eram seus objetivos além da observação das atividades do ministro, mas deixa clara a intenção de manter pressão sobre o ministro, mesmo após os eventos de 8 de janeiro.
A CartaCapital salienta a necessidade de investigações mais aprofundadas para apurar as responsabilidades e os motivos por trás dessa continuidade do monitoramento. A falta de clareza sobre a extensão do monitoramento e a ausência de justificativa oficial tornam a situação ainda mais preocupante. A publicação ressalta a importância de se garantir a total independência dos Poderes e a punição exemplar de qualquer ato que coloque em risco a democracia.
A revelação deste monitoramento prolongado de Alexandre de Moraes ressalta a fragilidade democrática e a necessidade de um amplo debate sobre o papel das Forças Armadas na sociedade brasileira, especialmente no que diz respeito à observância estrita do Estado Democrático de Direito. A investigação completa dos fatos é fundamental para garantir a responsabilização dos envolvidos e a prevenção de atos semelhantes no futuro.