México pede ao Google para incluir mapa da ‘América mexicana’ em reação a Trump



Cidade do México, 28 de fevereiro de 2024 – O governo mexicano deu início a uma iniciativa inusitada para contrapor a retórica expansionista do ex-presidente americano Donald Trump: um pedido formal ao Google para incluir nos seus mapas um território denominado “América Mexicana”. A solicitação, divulgada nesta quarta-feira, busca ressaltar a vasta extensão histórica do território mexicano e contrabalançar a narrativa frequentemente simplificada e eurocêntrica apresentada em plataformas digitais globais como o Google Maps.

A ação surge em resposta às declarações de Trump, que durante sua campanha presidencial nos EUA, chegou a considerar a possibilidade de anexar parte do território mexicano aos Estados Unidos, uma ideia que causou indignação generalizada no México. A iniciativa mexicana busca não apenas corrigir o que o governo considera uma representação geográfica incompleta, mas também um resgate da história e da cultura mexicana.

A proposta inclui a demarcação cartográfica de um território que abrange áreas historicamente ocupadas pelo México, incluindo extensões que hoje fazem parte dos Estados Unidos. A iniciativa, no entanto, não especifica os limites exatos dessa “América Mexicana” no mapa. O pedido ao Google busca uma modificação nos sistemas de mapeamento da gigante tecnológica, com o objetivo de apresentar uma visão mais ampla e inclusiva da história territorial mexicana.

A estratégia do governo mexicano se baseia na crença de que a representação cartográfica influencia a percepção pública sobre a história e a geografia de uma nação. A inclusão de um mapa representando a “América Mexicana” no Google Maps, segundo o governo, seria um importante passo para combater narrativas distorcidas e promover uma compreensão mais completa da história territorial do país.

A reação do Google ao pedido ainda não foi divulgada. A iniciativa, por sua ousadia e caráter simbólico, certamente suscitará debates sobre a representação histórica em plataformas digitais e a influência destas na construção da memória coletiva. A expectativa é que a resposta da empresa de tecnologia gere grande repercussão e abra um novo campo de discussão sobre a maneira como a cartografia digital representa o passado e o presente geopolítico.

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