Menos de 1% dos cursos a distância atingem nota máxima em avaliação do MEC



Brasília, 28 de fevereiro de 2024 – A avaliação do Ministério da Educação (MEC) sobre os cursos de educação a distância (EaD) no Brasil revelou um cenário preocupante: menos de 1% dos cursos analisados obtiveram a nota máxima. A constatação, divulgada no dia 28 de fevereiro, levanta questionamentos sobre a qualidade da oferta de ensino superior remoto no país e a necessidade de aprimoramento das instituições de ensino.

O Índice Geral de Cursos (IGC) do MEC, que avalia a qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação, tanto presenciais quanto a distância, apontou uma disparidade significativa entre as modalidades. Enquanto a média geral dos cursos presenciais se manteve em um patamar considerado satisfatório, a avaliação dos cursos EaD revelou um desempenho inferior. A porcentagem exata de cursos a distância que alcançaram a nota máxima não foi divulgada, mas o MEC confirmou que o índice é inferior a 1%.

O baixo desempenho dos cursos a distância, segundo o MEC, pode ser atribuído a diversos fatores. Entre eles, a falta de infraestrutura adequada para o ensino remoto, a deficiência na formação docente para o trabalho em EaD e a fragilidade em relação ao acompanhamento pedagógico dos estudantes. A ausência de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) robusto e a dificuldade de adaptação de alguns cursos presenciais para o modelo remoto foram também apontados como problemas recorrentes.

A nota do IGC é composta por vários indicadores, entre eles a avaliação dos estudantes, a infraestrutura da instituição, e a titulação dos professores. A baixa pontuação em alguns desses critérios indica a necessidade de investimentos e mudanças na forma como os cursos EaD são estruturados e ofertados pelas instituições de ensino superior. O MEC afirmou que pretende intensificar as ações de fiscalização e oferecer suporte técnico às instituições com o objetivo de melhorar a qualidade dos cursos a distância. A pasta também destacou a importância de se investir em formação continuada para professores, visando preparar os docentes para as especificidades do ensino remoto.

O resultado da avaliação do MEC reforça a urgência de um debate mais aprofundado sobre a qualidade do ensino a distância no Brasil. A expansão acelerada do EaD, impulsionada pela pandemia de Covid-19, demandou ajustes e adaptações que, segundo os dados, ainda não foram plenamente implementados em muitas instituições. A garantia da qualidade do ensino, independente da modalidade, é fundamental para a formação de profissionais qualificados e para o desenvolvimento do país. O MEC promete medidas para enfrentar o problema e garantir que a educação a distância no Brasil seja realmente efetiva e de qualidade.

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