Mart’nália lança álbum com clássicos do pagode, mas rejeita a pecha de “pagodeira”



Mart’nália ressignifica clássicos do pagode em novo álbum, mas rejeita rótulo de “pagodeira”

– A cantora e compositora Mart’nália lançou seu novo álbum, “Mart’nália Canta Pagode”, um trabalho que revisita sucessos consagrados do gênero, mas que, segundo a própria artista, não a define como uma “pagodeira”. O disco, lançado pela Biscoito Fino, apresenta 12 canções que transitam entre o samba e o pagode, com arranjos que misturam a tradição com elementos contemporâneos, sem perder a essência das composições originais.

O álbum não se trata de uma mera compilação. Mart’nália imprime sua assinatura inconfundível em cada faixa, mostrando versatilidade vocal e interpretativa. Ela ressignifica clássicos como “Coisa de Pele” (Alcione), “Faz um Samba Aí” (Zeca Pagodinho) e “Conversa de Botequim” (Bebeto), entre outras, imprimindo sua singularidade e mostrando porque, como ela mesma afirma, não se encaixa no rótulo de “pagodeira”. A escolha cuidadosa do repertório demonstra a profunda imersão da artista no universo do pagode, que ela conhece e respeita profundamente, mas sem a intenção de ser categorizada dentro do gênero.

A produção musical, sob a responsabilidade de Rique Pantoja, contribui para a riqueza sonora do álbum, que equilibra a tradição com a modernidade. Os arranjos são meticulosamente construídos, respeitando a estrutura original das músicas, mas adicionando elementos que refletem a identidade artística de Mart’nália. Essa busca por uma sonoridade única se evidencia na escolha de instrumentos e na maneira como a voz da artista se integra à orquestração.

Para a cantora, o projeto não se resume a um simples tributo. Mart’nália afirma que o álbum é uma celebração da música brasileira, um reconhecimento da riqueza do pagode e uma demonstração de seu talento inquestionável para interpretar e reinventar clássicos. A artista considera que sua trajetória musical, marcada pela sua ligação com o samba e a bossa nova, a credencia a abraçar novos desafios e a se apresentar em diferentes contextos musicais, sem se limitar a rótulos preconcebidos. O resultado é um trabalho maduro e consistente, que demonstra a versatilidade de Mart’nália e a sua capacidade de transcender as fronteiras estilísticas.

Em suma, “Mart’nália Canta Pagode” é mais do que um álbum de pagode; é uma demonstração de talento, de respeito pela tradição e de uma busca incessante pela reinvenção artística. A trajetória da cantora e o seu novo trabalho provam que a inovação e a liberdade criativa são essenciais para a perpetuação da música brasileira, em toda a sua complexidade e riqueza.

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