Mariana: BHP recebeu alertas sobre risco da barragem anos antes do rompimento, diz defesa dos atingidos



Mariana (MG), 25 de janeiro de 2025 – A tragédia de Mariana, ocorrida em novembro de 2015, que resultou no rompimento da barragem de Fundão e deixou um rastro de destruição ambiental e social, teve seus primeiros sinais de alerta ignorados anos antes do desastre, segundo reportagem do G1. Documentos oficiais revelam que a BHP, mineradora responsável pela operação em conjunto com a Samarco, recebeu diversas notificações sobre os riscos de instabilidade da estrutura. A gravidade dessas advertências, que apontavam para a possibilidade de rompimento, levanta sérias questões sobre a responsabilidade da empresa na prevenção do desastre.

O relatório destaca que, ao longo dos anos que antecederam o rompimento, foram emitidos alertas que apontavam para a necessidade de medidas preventivas urgentes. Esses alertas, provenientes de diferentes fontes, incluíam avaliações de riscos que indicavam a probabilidade de um desastre com consequências catastróficas. Apesar disso, medidas eficazes para mitigar esses riscos não foram tomadas de forma consistente e tempestiva.

A reportagem revela que a própria BHP possuía relatórios internos que apontavam para problemas estruturais na barragem de Fundão. Esses documentos internos, com data anterior ao desastre, mostravam a necessidade de investimentos significativos em segurança e reforço da estrutura. No entanto, a empresa, em conjunto com a Samarco, optou por não executar as medidas de segurança recomendadas.

A omissão de providências, diante de alertas tão claros e contundentes, configura um cenário de negligência preocupante. A reportagem não especifica a quantidade exata de alertas recebidos ou os detalhes de cada um, mas ressalta a gravidade da situação e a repetição das notificações ao longo do tempo. Essa reiterada omissão, que parece ter priorizado os lucros em detrimento da segurança, reforça a necessidade de uma investigação minuciosa para apurar as responsabilidades e garantir que tragédias semelhantes não se repitam.

A tragédia de Mariana resultou em danos ambientais devastadores ao rio Doce e em consequências sociais profundas para as comunidades afetadas. A revelação dos alertas ignorados pela BHP nos anos anteriores ao desastre acentua a gravidade do ocorrido e exige um olhar mais atento para a responsabilidade das empresas na segurança de suas operações, especialmente em áreas de risco ambiental. A busca por justiça para as vítimas e a reparação dos danos causados continuam como pontos cruciais na sequência dos acontecimentos.

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