MapBiomas: Pantanal perde área alagada e sofre períodos mais longos de seca
Pantanal sofre com redução de áreas alagadas e secas mais intensas
– O bioma Pantanal, considerado um dos maiores sistemas de áreas úmidas do mundo, enfrenta uma grave crise. De acordo com o MapBiomas, projeto que monitora o desmatamento e as mudanças no uso da terra no Brasil, a área alagada do Pantanal diminuiu em 30% nos últimos 37 anos. A perda de áreas alagadas, que são essenciais para a fauna e flora do bioma, está diretamente ligada ao aumento da frequência e intensidade das secas, que se tornaram mais prolongadas e severas nas últimas décadas.
O estudo do MapBiomas analisou dados de satélites de 1985 a 2022 e revelou que a área média alagada no Pantanal era de 21,1 milhões de hectares em 1985. Em 2022, essa área caiu para 14,8 milhões de hectares, uma redução significativa de 6,3 milhões de hectares. A perda da área alagada é atribuída a diversos fatores, incluindo o desmatamento, a intensificação da agricultura, o desvio de cursos d’água e as mudanças climáticas.
As secas, que são um fenômeno natural no Pantanal, têm se tornado cada vez mais frequentes e intensas nos últimos anos. Em 2020, a região sofreu a pior seca dos últimos 50 anos, e a situação se repetiu em 2021, quando a seca atingiu níveis históricos. A falta de chuvas prolongada afeta diretamente a vida no Pantanal, causando a morte de animais, a redução da biodiversidade e a perda de recursos naturais.
A perda de áreas alagadas e o aumento da frequência das secas representam um grande risco para o bioma Pantanal. A região abriga uma rica biodiversidade, com mais de 4.700 espécies de plantas e animais, sendo considerado um dos maiores refúgios da fauna neotropical. A perda da área alagada e a intensificação das secas podem levar à extinção de espécies, à fragmentação de habitats e à perda de serviços ecossistêmicos, como a regulação do clima e a proteção da qualidade da água.
A situação exige ações urgentes e eficazes para proteger o Pantanal. A conservação do bioma depende de ações conjuntas de diversos setores, incluindo o governo, empresas e a sociedade civil. A implementação de políticas públicas eficazes para a proteção do meio ambiente, o controle do desmatamento e a gestão sustentável dos recursos hídricos são cruciais para garantir a sobrevivência do Pantanal e da rica biodiversidade que ele abriga.