Mais que IMC: especialistas propõem reformulação de diagnóstico da obesidade



Além do IMC: Especialistas defendem reformulação no diagnóstico da obesidade

– O diagnóstico da obesidade, atualmente baseado principalmente no Índice de Massa Corporal (IMC), está sob escrutínio. Especialistas defendem uma reformulação que considere outros fatores além do peso e da altura, considerando a complexidade da condição e a necessidade de um diagnóstico mais preciso e individualizado. A proposta, discutida em um recente encontro de especialistas, visa superar as limitações do IMC e aprimorar o tratamento da obesidade, que afeta um número crescente de pessoas no Brasil e no mundo.

A principal crítica ao IMC reside em sua incapacidade de diferenciar massa muscular de gordura corporal. Atletas com alta massa muscular, por exemplo, podem apresentar um IMC classificado como obesidade, enquanto indivíduos com alta porcentagem de gordura visceral, que representa um risco maior para a saúde, podem apresentar um IMC dentro da faixa considerada normal. “O IMC é uma ferramenta grosseira”, afirma um dos especialistas envolvidos nas discussões. “Ele não leva em conta a composição corporal, a distribuição da gordura, nem fatores genéticos e socioeconômicos que contribuem para o desenvolvimento da obesidade.”

A proposta de reformulação inclui a incorporação de medidas de composição corporal, como a bioimpedância, a absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA) e a circunferência abdominal. A avaliação da circunferência abdominal é considerada particularmente relevante, pois a gordura visceral localizada nessa região está fortemente associada a doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Além disso, os especialistas enfatizam a importância de se considerar fatores como histórico familiar, hábitos alimentares, nível de atividade física e aspectos psicossociais na avaliação completa do paciente.

De acordo com os dados apresentados, a obesidade atinge cerca de 20% da população brasileira adulta, e a prevalência entre crianças e adolescentes também é crescente, indicando a necessidade urgente de aprimorar as estratégias de prevenção e tratamento. A reformulação proposta não visa simplesmente substituir o IMC, mas sim integrá-lo a um sistema de avaliação mais abrangente e individualizado, que leve em conta a complexidade da obesidade e promova intervenções mais eficazes e personalizadas.

A nova abordagem, caso implementada, representará uma mudança significativa na forma como a obesidade é diagnosticada e tratada no país. A expectativa é que isso leve a diagnósticos mais precisos, intervenções mais eficazes e, consequentemente, a uma melhora na saúde da população. A discussão sobre a reformulação do diagnóstico da obesidade continua em andamento, com a expectativa de que novas diretrizes sejam publicadas em breve.

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