Mais de 1,2 mil crianças e adolescentes ficaram órfãos de um dos pais por ano desde 2021 no MA
São Luís, 28 de novembro de 2024 – O Maranhão enfrenta uma realidade preocupante: mais de 12 mil crianças e adolescentes ficaram órfãos de um dos pais a cada ano desde 2021, segundo dados do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). Este número alarmante representa um desafio significativo para o sistema de proteção à infância e adolescência no estado. A perda de um dos pais, seja por morte ou outros motivos, impacta profundamente o desenvolvimento físico, emocional e social dessas crianças e exige medidas urgentes de auxílio e suporte.
O levantamento do TJMA revela que, entre 2021 e 2023, foram registrados 37.263 processos de adoção no estado. Destes, 36.417 foram de crianças e adolescentes que perderam um dos pais, enquanto 846 perderam ambos. Isso significa que, em média, 12.421 crianças e adolescentes por ano enfrentaram a perda de um progenitor, um impacto social e familiar de grande magnitude. A ausência de um dos pais pode resultar em diversos problemas, incluindo vulnerabilidade à pobreza, à violência, ao abandono escolar e à exploração.
Embora o TJMA não especifique as causas que levaram à perda de um dos pais nesses casos, a realidade do Maranhão sugere que diversos fatores contribuem para esse cenário. A alta taxa de mortalidade por causas externas, a violência doméstica, a pobreza extrema e a falta de acesso a serviços básicos de saúde e educação podem estar diretamente relacionados ao aumento do número de crianças e adolescentes órfãos. A complexidade da situação exige uma análise profunda das causas subjacentes, para a criação de políticas públicas efetivas.
A situação exige, portanto, uma resposta integrada e multissetorial. É fundamental que o poder público, em todas as suas esferas, fortaleça as políticas de proteção à infância e adolescência, investindo em programas de prevenção da violência, promoção da saúde e educação, e de apoio às famílias em situação de vulnerabilidade. Além disso, a agilidade no processo de adoção e a garantia de acolhimento adequado às crianças e adolescentes órfãos são cruciais para minimizar os impactos negativos dessa realidade. O número expressivo de processos de adoção, por si só, demonstra a necessidade de um esforço contínuo e articulado para proteger os direitos e o futuro dessas crianças e adolescentes. A continuidade do monitoramento desses dados pelo TJMA é fundamental para o acompanhamento das políticas públicas e para a garantia de um futuro melhor para essas famílias maranhenses.