Mais agro, menos clima: Tarcísio veta educação climática em escolas após lançar Agro Jovem
São Paulo, 28 de julho de 2023 – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vetou integralmente o programa de educação climática para escolas estaduais, apresentado pela deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL). A decisão ocorreu poucos dias após o lançamento do programa “Agro Jovem”, iniciativa do governo estadual que visa fomentar o agronegócio entre jovens. A contradição entre os dois atos gerou críticas de ambientalistas e da oposição, que veem na ação do governador um sinal de priorização do setor agropecuário em detrimento da conscientização ambiental.
O programa vetado, de autoria da deputada Erica Malunguinho, visava a inclusão da temática climática no currículo escolar paulista. A proposta previa a formação de professores e a elaboração de materiais didáticos para abordar questões como mudanças climáticas, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. A deputada argumentou que a educação climática é fundamental para preparar os jovens para os desafios ambientais do futuro e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável.
O veto do governador, no entanto, foi integral, sem justificativa pública apresentada além de uma breve nota oficial. A ausência de explicações detalhadas reforçou as críticas de que a decisão foi influenciada pela agenda do agronegócio, setor crucial para a economia paulista e que tem sido um dos principais focos do governo Tarcísio. O lançamento do programa “Agro Jovem”, que oferece cursos profissionalizantes para jovens do setor, ocorreu dias antes do veto, alimentando a percepção de uma contradição entre as políticas públicas estaduais.
Apesar da ausência de justificativas explícitas, a decisão do governador Tarcísio de Freitas gerou indignação entre aqueles que defendem uma maior conscientização ambiental e a inclusão da temática climática na educação. Para esses críticos, o veto representa um retrocesso na agenda de sustentabilidade e um sinal preocupante sobre a postura do governo paulista frente aos desafios ambientais globais. A falta de transparência em relação à justificativa para o veto também contribuiu para o aumento das críticas. A oposição já anunciou que buscará meios de reverter a decisão, argumentando que o veto afeta diretamente o direito à educação e a formação crítica dos estudantes paulistas. A repercussão do veto promete gerar debates acalorados nas próximas semanas, colocando em foco a tensão entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental no estado de São Paulo.