Maduro assume questionado terceiro mandato na Venezuela



Maduro assume contestado terceiro mandato na Venezuela

Caracas, 10 de janeiro de 2023 – Nicolás Maduro iniciou, nesta terça-feira (10), seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, em meio a questionamentos sobre a legitimidade do processo eleitoral que o levou ao poder. A posse ocorreu em uma cerimônia na Assembleia Nacional, controlada pelo partido governista, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). A oposição, que boicotou as eleições de 2018, considera o mandato ilegítimo e denunciou reiteradamente a falta de transparência e a ausência de garantias democráticas no processo eleitoral.

De acordo com os números oficiais divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Maduro obteve 67,8% dos votos nas eleições presidenciais de 2018. No entanto, a oposição e diversos observadores internacionais contestaram a veracidade desses dados, alegando manipulação e fraude. A baixa participação popular, estimada em 46%, também contribuiu para a desconfiança na legitimidade do resultado. A União Europeia, por exemplo, se recusou a reconhecer a eleição, reiterando suas preocupações sobre a falta de condições justas e transparentes para a realização do pleito. A ausência de representantes de partidos relevantes da oposição na corrida presidencial fortaleceu ainda mais as críticas à legitimidade do processo.

A gestão de Maduro tem sido marcada por uma profunda crise econômica e social no país, com hiperinflação, escassez de alimentos e remédios, e um massivo êxodo populacional. A oposição atribui a responsabilidade por essa situação diretamente à política econômica do governo, enquanto o governo atribui as dificuldades a sanções internacionais e a uma “guerra econômica” orquestrada por países estrangeiros.

A posse de Maduro para um terceiro mandato, portanto, se dá em um cenário de intensa polarização política e sob o peso de uma grave crise nacional, com a legitimidade de seu governo permanentemente contestada por uma parcela significativa da população venezuelana e da comunidade internacional. O futuro político da Venezuela continua incerto, com o país dividido entre o chavismo, que sustenta o presidente, e uma oposição que luta por mudanças e pelo retorno à democracia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *