Lula suspende reunião sobre corte de gastos e retomará discussão nesta sexta
Lula reúne ministros para discutir pacote de cortes e busca consenso para aprovação no Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu seus ministros nesta terça-feira (28) para discutir o pacote de medidas de ajuste fiscal que o governo pretende enviar ao Congresso Nacional. A reunião, que durou cerca de três horas, foi marcada por um debate acalorado sobre o tamanho dos cortes e o impacto social das medidas.
Segundo fontes do governo, o objetivo principal da reunião era buscar um consenso entre os ministros sobre o conteúdo do pacote e garantir a aprovação do texto no Congresso. A proposta inicial do governo previa um corte de R$ 140 bilhões nas despesas, incluindo a redução de investimentos, programas sociais e o congelamento de salários de servidores públicos.
Durante o encontro, diversos ministros, como Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda), defenderam a necessidade de uma maior flexibilidade na aplicação dos cortes, para evitar que o impacto social seja muito grande. Outros, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), argumentaram que o governo precisa demonstrar compromisso com a responsabilidade fiscal para recuperar a confiança do mercado e dos investidores.
Apesar da divergência de opiniões, o governo parece ter chegado a um acordo sobre o pacote de ajuste fiscal. A proposta final, ainda não divulgada, deve conter um corte de R$ 100 bilhões nas despesas, com R$ 60 bilhões em medidas de eficiência e R$ 40 bilhões em redução de gastos discricionários. A previsão é que o pacote seja enviado ao Congresso ainda nesta semana, com a expectativa de que seja votado até o final de abril.
A aprovação do pacote é fundamental para o governo Lula. A equipe econômica tem como objetivo controlar o crescimento da dívida pública e reduzir a inflação, mas, para isso, precisa do aval do Congresso para implementar medidas impopulares, como o corte de gastos.
A aprovação do pacote, no entanto, não será fácil. O governo terá que negociar com diferentes partidos e grupos políticos para garantir os votos necessários. Além disso, o pacote enfrenta resistência de setores da sociedade que se opõem aos cortes, alegando que eles prejudicarão as políticas sociais e o investimento público.