‘Lixo fashion’ no Atacama: milhões de toneladas de roupas de marca são descartadas no deserto; ONG entrega peças de graça



Lixo Fashion no Atacama: Deserto Chileno se Torna Depósito de Roupas de Marca

– O Deserto do Atacama, no Chile, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, está sofrendo com um novo tipo de poluição: o descarte ilegal de roupas de grife. A beleza desolada do maior deserto não polar do mundo está sendo maculada por pilhas de vestuário de marcas famosas, um flagrante exemplo do impacto ambiental da indústria da moda descartável.

Segundo reportagem do G1, a situação foi descoberta por pesquisadores que atuam na região. A quantidade exata de roupas descartadas ainda não foi totalmente quantificada, mas imagens mostram um volume considerável de peças de marcas internacionais, muitas delas com etiquetas intactas. O material descartado inclui desde peças de vestuário até calçados e acessórios, indicando um descarte em larga escala e possivelmente organizado.

A descoberta levanta preocupações significativas sobre o impacto ambiental a longo prazo. Além da poluição visual, o acúmulo de tecidos sintéticos contribui para a contaminação do solo e da água, afetando a frágil biodiversidade do Atacama. O processo de decomposição desses materiais libera microplásticos que podem contaminar os lençóis freáticos e a cadeia alimentar. A situação também coloca em risco a preservação do patrimônio cultural e natural da região.

Ainda não há informações sobre a origem exata dessas roupas descartadas, tampouco sobre os responsáveis pelo crime ambiental. As autoridades chilenas, no entanto, estão investigando o caso e buscando identificar os envolvidos no descarte ilegal, prometendo punições severas aos infratores. A investigação também buscará entender a rota completa do fluxo de roupas descartadas, da produção ao abandono no deserto.

A problemática exposta no Atacama serve como um alerta global sobre a necessidade de maior responsabilidade ambiental na indústria da moda. A crescente cultura do consumo rápido, aliada à falta de regulamentação e controle, contribui para a proliferação desse tipo de crime ambiental, com consequências devastadoras para ecossistemas frágeis. A preservação do Deserto do Atacama e a proteção do meio ambiente exigem uma ação urgente e conjunta de governos, empresas e consumidores. A impunidade para atos como este não pode ser tolerada.

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