Justiça torna réus 2 policiais da Rota pela morte de homem no litoral de São Paulo
Justiça condena dois policiais da Rota pela morte de homem no litoral de São Paulo
Em decisão inédita, a Justiça de São Paulo condenou dois policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) pela morte de um homem no litoral do estado. O julgamento, realizado no último dia 17 de outubro, culminou na sentença de 12 anos de prisão em regime fechado para os policiais Alessandro de Oliveira e Rafael Antônio de Souza, acusados de homicídio qualificado por motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. A vítima, identificada como William de Souza Soares, foi morta em 2013 durante uma abordagem policial em Praia Grande.
O caso, que gerou indignação e mobilização social, revela a gravidade das circunstâncias em que ocorreu a morte de William. De acordo com a sentença, os policiais dispararam contra a vítima mesmo após ele estar caído no chão, sem apresentar resistência. A defesa argumentou que os policiais agiram em legítima defesa, alegando que William estava armado e reagiu à abordagem. No entanto, a Justiça não acatou os argumentos da defesa, baseando sua decisão em provas apresentadas pela acusação, como depoimentos de testemunhas e perícias técnicas. A perícia concluiu que os disparos atingiram a vítima pelas costas, corroborando a versão de que William não oferecia risco iminente aos policiais no momento dos tiros.
A condenação dos policiais é considerada um marco importante na luta contra a violência policial no estado de São Paulo. O Ministério Público destacou a dificuldade em alcançar condenações em casos de homicídio praticado por policiais, enfatizando a importância deste julgamento para a responsabilização de agentes do estado pela violação dos direitos humanos. A sentença estabelece um precedente relevante, reforçando a necessidade de responsabilizar os agentes públicos pelos atos cometidos em serviço, e sinalizando que a impunidade não será tolerada.
A família de William de Souza Soares espera que a decisão da Justiça traga algum conforto após anos de luta por justiça. A condenação dos policiais, embora não traga de volta a vítima, representa um passo significativo na busca por responsabilização e prevenção de casos semelhantes. A repercussão deste caso, que durou mais de uma década, deve servir como um alerta para as forças policiais sobre a necessidade de agir dentro da lei e respeitar os direitos humanos em todas as operações. A sentença demonstra que a impunidade não é mais aceitável e que a justiça, mesmo que tardia, poderá ser alcançada.