Justiça dos EUA condena ex-líder das Farc a 21 anos de prisão e aplica multa de R$ 6 milhões



Nova Iorque, 22 de novembro de 2024 – A Justiça dos Estados Unidos sentenciou nesta quinta-feira, 22 de novembro, o ex-líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Seuxis Pausias Hernández Solarte, conhecido como Jesús Santrich, a 17 anos de prisão. A condenação, proferida em uma corte federal em Nova Iorque, encerra um longo processo judicial que se estendeu por anos e envolveu acusações de narcotráfico e conspiração para importar cocaína para os Estados Unidos.

A sentença marca um capítulo significativo na luta contra o tráfico de drogas internacional e o combate a grupos armados na América Latina. Santrich, que havia sido um importante negociador durante o processo de paz entre as FARC e o governo colombiano, foi extraditado para os EUA em 2019 após ser acusado de participar de uma conspiração para enviar 450 kg de cocaína para os Estados Unidos, entre 2016 e 2018. De acordo com a promotoria americana, ele desempenhou um papel central na negociação dos embarques e na escolha dos locais de produção e transporte. A acusação baseou-se em evidências como depoimentos de informantes e interceptações telefônicas.

A defesa de Santrich alegou falta de provas e contestou a validade da extradição, argumentando que ele já estava protegido pelo acordo de paz assinado com o governo colombiano. Apesar dos argumentos da defesa, o juiz federal responsável pelo caso considerou as evidências apresentadas pela acusação suficientes para a condenação. A pena de 17 anos de prisão reflete a gravidade das acusações e a magnitude da operação de tráfico de drogas da qual Santrich era apontado como figura-chave.

A condenação de Santrich representa um duro golpe para aqueles que buscavam a impunidade para crimes relacionados ao narcotráfico, mesmo em contexto de processos de paz e desmobilização de grupos armados. A decisão da justiça americana reforça o compromisso internacional de combater o narcotráfico e levar à justiça aqueles que lucram com essa atividade criminosa. O caso também servirá como precedente para julgamentos futuros envolvendo membros de grupos armados que participaram do comércio ilegal de drogas. A sentença de 17 anos de prisão será cumprida em solo americano, encerrando, ao menos judicialmente, a trajetória de um importante personagem na história recente da Colômbia.

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