Justiça de São Paulo nega prisão preventiva de PM que matou estudante de Medicina
Justiça paulista nega prisão preventiva de PM que matou estudante de medicina
São Paulo, 22 de agosto de 2023 – A Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão preventiva do policial militar que matou o estudante de medicina, Wesley José Pereira dos Santos, de 20 anos, em 2022. A decisão, proferida pela juíza Sueli Zilli Marques, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, argumenta que não há indícios suficientes para manter o policial preso preventivamente, apesar do vídeo que circula nas redes sociais mostrando a ação do PM.
A defesa do policial alegou legítima defesa, enquanto a promotoria sustenta a tese de homicídio doloso. O vídeo, gravado por câmeras de segurança, mostra o momento em que o estudante é atingido por um disparo de arma de fogo efetuado pelo PM durante uma discussão, na noite do dia 20 de maio de 2022, na região do Ibirapuera. A discussão teria sido motivada por uma colisão entre a moto do PM e o veículo em que estava Wesley. Após o tiro, o policial teria se aproximado da vítima, que caiu ao solo, sem prestar socorro imediato. A perícia realizada no local constatou que o disparo foi feito à curta distância.
A decisão da juíza destaca a necessidade de se aprofundar as investigações, incluindo a análise de depoimentos de testemunhas e outras provas, antes de se decretar a prisão preventiva. O processo, ainda em andamento, segue em investigação, com a expectativa de que novas informações contribuam para uma definição final da responsabilidade do policial militar pelo ocorrido.
A família de Wesley, conforme divulgado na reportagem, reforça a busca por justiça e expressa seu inconformismo com a decisão judicial. O caso gerou indignação em diversas esferas da sociedade, reforçando o debate sobre o uso da força policial e a necessidade de transparência nas investigações de casos envolvendo mortes provocadas por agentes de segurança pública. A decisão judicial, embora não determine a prisão preventiva, não isenta o policial de responsabilidade, sendo seu processo criminal mantido em curso.