Justiça condena grupo supremacista a pagar quase US$ 3 milhões por agredir músico negro nos EUA
Charleston, Carolina do Sul – Um júri da Carolina do Sul condenou, na última sexta-feira (1º), um grupo supremacista branco a pagar US$ 2,9 milhões a um músico negro que foi brutalmente agredido em 2021. A decisão judicial, que repercutiu nacionalmente, destaca a persistência da violência motivada por ódio nos Estados Unidos e a luta por justiça para vítimas de crimes de ódio.
A sentença, proferida após um julgamento de três dias, responsabiliza os agressores, membros do grupo supremacista branco conhecido como “League of the South”, pela agressão sofrida por Cordelia “Dee” Brown. O ataque ocorreu em 23 de janeiro de 2021, durante um evento em que Brown tocava música em um bar de Charleston. Segundo o processo, o grupo, liderado por Michael “Mickey” Connor, surgiu durante o evento e atacou Brown e seus colegas, alegadamente motivados por preconceitos raciais.
Testemunhas descreveram cenas de violência extrema. Brown, além das agressões físicas, sofreu danos psicológicos significativos em decorrência do ocorrido. O júri considerou que o ataque foi intencional e que os agressores atuavam com o intuito de causar sofrimento a Brown por conta de sua raça. A decisão judicial ressalta não só a brutalidade da agressão, mas também a responsabilidade do grupo pelos danos causados à vítima.
A sentença, que inclui US$ 2 milhões em danos compensatórios e mais US$ 900 mil em danos punitivos, busca compensar Brown pelo sofrimento físico e emocional, além de servir como um alerta para a sociedade contra a intolerância e o ódio racial. Os réus, que negaram as acusações, foram condenados a arcar com as despesas legais da vítima, incluindo honorários advocatícios, demonstrando a gravidade do crime aos olhos da Justiça.
Apesar da sentença, o caso de Dee Brown representa um triste lembrete da luta contínua contra o racismo estrutural e a violência contra minorias nos Estados Unidos. A decisão judicial, embora importante, não apaga a experiência traumática da vítima, nem garante a erradicação completa da violência motivada por ódio. A luta por justiça e igualdade racial continua sendo um desafio fundamental para a sociedade americana.