Julgamento de ex-policiais acusados de matar Genivaldo dos Santos completa uma semana
Aracaju, Sergipe – 02/12/2024 – Sete dias de julgamento se encerram nesta segunda-feira (2) no Tribunal do Júri de Aracaju, definindo o futuro dos três policiais militares acusados pela morte de Genivaldo de Jesus Santos. A defesa dos acusados, composta pelos advogados Márcio Roberto e Thiago Rabelo, pediu a anulação do júri, alegando a impossibilidade de uma defesa justa diante das provas apresentadas e da ampla repercussão do caso. Já o Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça, André Luís de Oliveira, reforçou o pedido de condenação dos três policiais militares pelo crime de homicídio qualificado.
O julgamento, que teve início em 26 de novembro, foi marcado por depoimentos emocionantes de familiares e testemunhas, reconstituição dos fatos e exibição de vídeos gravados na ocasião da morte de Genivaldo. A defesa argumentou que os policiais agiram em legítima defesa, em razão da suposta resistência apresentada por Genivaldo durante a abordagem. Entretanto, o Ministério Público apresentou diversas provas, incluindo o laudo pericial que concluiu que Genivaldo morreu por asfixia, e defendeu que os policiais utilizaram violência desproporcional, configurando o homicídio qualificado.
A tensão no Tribunal de Justiça de Sergipe foi palpável durante os sete dias de julgamento. A morte de Genivaldo, ocorrida em maio de 2021, após ser asfixiado dentro de uma viatura da Polícia Militar, gerou indignação nacional e acendeu o debate sobre violência policial e racismo no Brasil. Os vídeos da abordagem, que circularam amplamente pelas redes sociais, mostraram Genivaldo preso dentro do compartimento de presos da viatura, com o gás lacrimogêneo sendo jogado no local, enquanto ele gritava por ajuda.
Após a apresentação das últimas testemunhas e a réplica e tréplica dos advogados de defesa e do Ministério Público, o júri se reuniu para deliberar sobre a sentença. A expectativa é de que a decisão seja anunciada ainda nesta segunda-feira. O julgamento, considerado um marco para a justiça em Sergipe e no Brasil, chama a atenção para a importância do combate à violência policial e à responsabilização dos agentes públicos que cometem crimes. A sentença, seja ela qual for, certamente terá grande impacto na sociedade brasileira e no debate sobre segurança pública.