Joênia Wapichana e Daniel Munduruku recebem registro de nascimento com nome indígena

Brasília, 24 de agosto de 2023 – Em um marco histórico para a luta pela preservação da identidade indígena no Brasil, a deputada federal Joênia Wapichana e o escritor e ativista Daniel Munduruku receberam, nesta quinta-feira, os registros de nascimento com seus respectivos nomes indígenas. A conquista, celebrada por ambos como um ato de reparação histórica e um passo fundamental para o reconhecimento da diversidade cultural brasileira, representa uma vitória simbólica na luta contra o apagamento cultural e a imposição de nomes de origem europeia a crianças indígenas.

A demora na obtenção destes documentos, que registram seus nomes de nascimento conforme as suas culturas, reflete a persistente discriminação sofrida por povos indígenas no acesso a direitos básicos. Apesar de a Constituição Federal de 1988 garantir o direito dos indígenas ao uso de seus nomes tradicionais, a burocracia e o preconceito institucional ainda criam inúmeros obstáculos para o exercício deste direito fundamental. Para Joênia Wapichana, o registro de nascimento com seu nome indígena, “Joênia Wapichana”, é um símbolo de resistência e de luta pela visibilidade da cultura Wapichana.

Daniel Munduruku, por sua vez, também celebrou a conquista, ressaltando a importância do registro como um ato de afirmação da sua identidade e de seu pertencimento ao povo Munduruku. O registro com o nome “Daniel Munduruku” representa, para ele, não apenas um documento legal, mas um reconhecimento da sua ancestralidade e uma forma de fortalecer a luta pela preservação da cultura Munduruku.

A entrega dos registros de nascimento ocorreu durante um evento organizado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). A solenidade contou com a participação de lideranças indígenas, representantes de organizações de direitos humanos e autoridades governamentais. A iniciativa demonstra um avanço significativo na luta por direitos indígenas, reforçando a importância da legislação e da mobilização para a garantia da identidade cultural dos povos originários.

A obtenção dos registros de nascimento com os nomes indígenas por Joênia Wapichana e Daniel Munduruku serve de inspiração e esperança para outros indígenas que buscam o mesmo direito. A conquista simboliza uma vitória na luta contra o apagamento cultural e um passo importante na construção de um Brasil mais justo e inclusivo, onde a diversidade cultural seja respeitada e valorizada. O episódio destaca a persistência da luta indígena pela afirmação de sua identidade e a importância da luta contra a discriminação e pela garantia dos direitos constitucionais.