Israel e Hamas chegam a acordo por trégua na Faixa de Gaza e libertação de reféns
Cairo, 21 de maio de 2021 – Após onze dias de intensos combates que deixaram um rastro de destruição em Gaza e causaram um número significativo de vítimas, Israel e o Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor às 2h (horário local) desta sexta-feira. O anúncio, feito por autoridades egípcias que mediaram as negociações, põe fim a um conflito que resultou em centenas de mortos e milhares de feridos, além de danos consideráveis à infraestrutura da Faixa de Gaza.
O cessar-fogo, negociado em segredo no Cairo, envolveu um complexo conjunto de compromissos. Ainda que não haja detalhes públicos sobre os termos específicos do acordo, fontes diplomáticas indicaram que ele inclui um cessar-fogo mútuo, o fim das hostilidades de ambos os lados e a resolução de vários pontos de discórdia entre os grupos. O Egito, aliado de longa data de ambos os lados, desempenhou um papel crucial na mediação das negociações, trabalhando incansavelmente para aproximar as partes e encontrar uma solução para a escalada da violência.
A escalada da violência começou em 10 de maio, com ataques de foguetes do Hamas em direção a Israel em resposta a ações israelenses em Jerusalém. Israel, por sua vez, respondeu com uma ofensiva militar em Gaza, direcionada a supostos postos do grupo militante. Nos 11 dias de conflito, o Hamas disparou milhares de foguetes contra Israel, causando danos consideráveis, embora o sistema de defesa anti-mísseis israelense, Cúpula de Ferro, tenha conseguido interceptar uma grande porcentagem dos projéteis. Do lado de Gaza, os ataques israelenses causaram um número significativo de baixas civis, e danificaram amplamente a infraestrutura da região, incluindo hospitais e escolas. O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, expressou profunda preocupação com as perdas civis, pedindo uma investigação independente e completa sobre os possíveis crimes de guerra.
Apesar do cessar-fogo, a situação permanece tensa e há preocupações com a possibilidade de novas escaladas de violência no futuro. A reconstrução de Gaza, devastada pelo conflito, será um processo longo e complexo, necessitando de investimentos significativos de organizações internacionais e de governos. A comunidade internacional terá um papel fundamental no apoio à reconstrução, bem como na garantia de que o cessar-fogo seja respeitado e que se estabeleça uma paz duradoura na região. A efetividade do acordo dependerá crucialmente da disposição de ambas as partes em cumprir os termos estabelecidos e, principalmente, da busca por uma solução política abrangente que aborde as questões de fundo que alimentam o conflito.