‘Interesse privado’: leia petição da PGR contra viagem de Bolsonaro aos EUA
PGR questiona viagem de Bolsonaro aos EUA em petição que destaca “interesse privado”
– A Procuradoria-Geral da República (PGR) questionou a viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, alegando que ela pode servir a interesses privados do ex-presidente. Em petição protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR argumenta que a estadia prolongada de Bolsonaro nos EUA, desde 30 de dezembro de 2022, levanta suspeitas sobre o objetivo real da viagem. A manifestação da PGR foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam Bolsonaro.
O documento da PGR destaca a ausência de justificativa oficial plausível para a permanência de Bolsonaro nos EUA e aponta para a possibilidade de que ele esteja utilizando o período no exterior para se esquivar de investigações em curso no Brasil. A petição menciona a necessidade de apurar se a viagem atende a interesses particulares, em detrimento de qualquer compromisso oficial ou público. A PGR salienta a “ausência de comunicação oficial” sobre os motivos da viagem, contrapondo-a com a ampla cobertura midiática sobre a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos.
A manifestação da PGR não solicita, explicitamente, a imediata volta de Bolsonaro ao Brasil. No entanto, a petição sugere que a prolongada permanência do ex-presidente no exterior merece uma análise aprofundada pelas autoridades brasileiras, considerando a relevância das investigações em andamento contra ele. A PGR ressalta que a ausência de explicações oficiais sobre a viagem e sua duração incomum geram questionamentos sobre a legitimidade da sua extensão.
A petição da PGR é um documento relevante que traz à tona a discussão sobre a responsabilidade e o dever de colaboração de ex-presidentes com as investigações em curso no país. A ausência de transparência em relação à viagem de Bolsonaro e a perspectiva de “interesse privado” apontada pela PGR certamente terão repercussões políticas e jurídicas nos próximos dias. A decisão sobre os próximos passos caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que analisará a petição e poderá tomar as medidas que julgar cabíveis. A expectativa agora é por uma resposta oficial do STF sobre o caso.