Inquérito policial conclui que militares não devem ser indiciados pela morte de garçom durante abordagem em Aracaju
Aracaju (SE), 03 de dezembro de 2024 – Um inquérito policial concluiu que militares do 28º Batalhão de Polícia Militar de Sergipe não serão indiciados pela morte do garçom Alexsandro Silva Santos, de 26 anos. O jovem foi morto durante uma abordagem policial no dia 21 de outubro, no bairro Santa Maria, em Aracaju. A investigação, conduzida pela Polícia Civil de Sergipe, apontou que os policiais agiram em legítima defesa.
De acordo com o inquérito, os militares foram acionados para atender a uma ocorrência de disparos de arma de fogo na região. Ao chegarem ao local, encontraram Alexsandro em atitude suspeita, portando uma arma de fogo. Houve confronto e o garçom foi atingido. A perícia realizada no local constatou a presença de um revólver calibre 38 próximo ao corpo de Alexsandro. O documento policial destaca que os militares relataram terem se sentido ameaçados e dispararam em reação à suposta agressão iminente.
A investigação analisou depoimentos de testemunhas, perícias balísticas e o laudo de exame cadavérico. Apesar da conclusão de que não houve crime por parte dos militares, o inquérito ressalta a necessidade de aprimoramento das técnicas de abordagem policial, visando a redução de fatalidades em operações semelhantes. A família de Alexsandro, entretanto, discorda da conclusão e afirma que irá recorrer da decisão. A defesa da família alega que o inquérito não levou em consideração provas cruciais que comprovariam a inocência de Alexsandro e a falta de proporcionalidade na reação policial.
O delegado responsável pelo caso, que não teve o nome divulgado na reportagem, enfatizou que todo o processo foi conduzido com rigor e imparcialidade, baseando-se nas evidências coletadas. O inquérito foi remetido ao Ministério Público Estadual de Sergipe, que analisará o caso e poderá decidir por oferecer ou não denúncia contra os militares envolvidos. A família de Alexsandro tem direito, a partir de agora, de ingressar na Justiça com uma ação civil contra o Estado de Sergipe, visando reparação de danos e responsabilização por eventuais falhas no procedimento policial. A repercussão do caso continua gerando debates sobre o uso da força policial e a necessidade de maior transparência em investigações que envolvam mortes em abordagens policiais.