Infusão a 94°C, sucção e cusparada: saiba como é a degustação dos melhores cafés do país
Belo Horizonte, 22 de novembro de 2024 – A xícara fumegante, o aroma intenso e o sabor complexo. Para muitos, o café é apenas uma bebida matinal. Mas para os especialistas, é uma experiência sensorial completa, uma arte que exige técnica, precisão e, acredite, até mesmo o ato de cuspir. Em Minas Gerais, berço de alguns dos melhores cafés do país, a degustação vai muito além de um simples gole. A reportagem do G1 acompanhou de perto o processo, desvendando os segredos por trás da avaliação desses grãos preciosos.
A avaliação começa com a seleção criteriosa dos grãos. A temperatura da água, um fator crucial, precisa estar na casa dos 94°C. Um termômetro de precisão é imprescindível para garantir a extração ideal. A infusão, explicam os especialistas, deve ser feita em etapas, permitindo a observação da formação da crema e a avaliação visual do líquido.
Mas a análise não se limita à aparência. O olfato é fundamental. O aroma do café, que pode variar de floral a frutado, dependendo da origem e do processamento, é minuciosamente analisado. Os especialistas giram a xícara, liberando os aromas, que são identificados e descritos com precisão. Aqui, a comparação com frutas, flores, especiarias e até mesmo madeira é comum.
O momento da prova é o clímax da degustação. A pequena quantidade de café é sugada, espalhada na boca e, em seguida, cuspida em um recipiente específico. Sim, você leu certo: cuspir faz parte do processo. A técnica permite uma análise mais precisa dos sabores e texturas, sem que o paladar seja sobrecarregado, permitindo a avaliação de características sutis, como acidez, amargor e doçura. A repetição desse processo, várias vezes, é crucial para se chegar a uma avaliação completa e confiável.
De acordo com os especialistas ouvidos pela reportagem, a degustação profissional do café é uma prática que demanda anos de treinamento e um paladar refinado. É um trabalho minucioso que requer concentração, observação e um conhecimento profundo da bebida. É um mundo de nuances e sutilezas, onde cada grão conta uma história.
Em resumo, a degustação dos melhores cafés do Brasil é um processo meticuloso, que vai muito além do simples ato de beber. É uma jornada sensorial, um ritual que envolve temperatura exata, olfato aguçado, paladar treinado e, sim, a arte de cuspir para avaliar com precisão as características únicas de cada café, assegurando a qualidade superior dos grãos brasileiros para os consumidores.