Inflação nas férias desacelera, mas gastos com lazer ainda pesam
Inflação nas férias desacelera, mas gastos com lazer seguem pressionando o bolso do brasileiro
– As férias de julho, tradicionalmente um período de alta nos gastos, registraram uma desaceleração na inflação, mas o peso dos custos com lazer no orçamento dos brasileiros continua significativo. De acordo com levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no mês de julho foi de 0,12%, menor que a taxa de 0,69% observada em junho e também inferior à média histórica para o mês de julho dos últimos 20 anos, que é de 0,29%.
Apesar da boa notícia da desaceleração geral, o grupo de “Despesas pessoais” – que engloba gastos com itens como hospedagem, transportes, alimentação fora de casa e entretenimento – mostrou um aumento de 0,46% em julho. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelo crescimento de 1,89% nos preços de itens de “Alojamento, água, energia elétrica e outros”. A alta no custo da hospedagem, que reflete o impacto das viagens de lazer durante o período de férias escolares, foi um fator determinante para esse resultado.
Outros itens do grupo “Despesas pessoais” também contribuíram para a pressão inflacionária. Os gastos com “transportes” subiram 0,95% em julho, influenciados pela alta nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis. Já os preços de “Alimentação fora do domicílio” registraram alta de 0,31%, evidenciando o impacto da procura maior por restaurantes e lanchonetes durante as férias.
O economista André Braz, coordenador do IPC-Fipe, afirma que a inflação de julho demonstrou uma tendência mais favorável, destacando a queda nos preços dos alimentos, que teve influência significativa na desaceleração geral. No entanto, Braz ressalta que os gastos com lazer continuam como um fator relevante de pressão inflacionária, especialmente durante os períodos de férias escolares e feriados prolongados.
Em suma, enquanto a inflação geral apresentou um comportamento positivo em julho, com uma taxa de 0,12%, a pressão sobre os gastos com lazer continua impactando o orçamento familiar. A alta nos preços de hospedagem, transportes e alimentação fora do domicílio demonstra a necessidade de planejamento financeiro para enfrentar os custos das férias e evitar o comprometimento excessivo da renda. A tendência para os próximos meses permanece sob observação, considerando a sazonalidade dos gastos e a dinâmica dos preços no mercado.