‘Incompreensível’ e ‘sabotagem’: veja reações de entidades e políticos à alta da Selic
Alta da Selic a 13,75% gera onda de críticas entre entidades e políticos
– A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de elevar a taxa Selic para 13,75% ao ano, anunciada nesta quarta-feira, gerou uma onda de críticas por parte de entidades e políticos. A medida, que representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação à taxa anterior de 13,25%, foi considerada “incompreensível” e uma “sabotagem” por diversos setores, que apontam os impactos negativos para a economia e a população.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, expressou sua preocupação com o impacto da alta da Selic no consumo e no investimento. A entidade destacou que a taxa de juros elevada inibe o crescimento econômico e prejudica a recuperação do mercado de trabalho. A CNC alertou para o risco de a alta dos juros sufocar a retomada do consumo, já fragilizado pela inflação e pela insegurança econômica.
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão como “um duro golpe na indústria”. A entidade argumentou que a alta dos juros prejudica a competitividade das empresas brasileiras e compromete os investimentos em inovação e modernização. A CNI reforçou a necessidade de políticas públicas que estimulem o crescimento econômico e a geração de empregos, em contraponto à estratégia monetária adotada pelo CMN.
Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), a alta da Selic é uma “sabotagem” contra a economia brasileira. O parlamentar criticou a postura do Banco Central e defendeu a adoção de políticas econômicas que priorizem o desenvolvimento social e a redução das desigualdades. Ele argumentou que a alta dos juros impacta diretamente a população de baixa renda, que tem maior dificuldade em acessar o crédito.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) também se manifestou contrária à decisão. A senadora classificou a alta da Selic como “incompreensível” e destacou a falta de diálogo do governo com os diferentes setores da sociedade na definição da política monetária. A parlamentar questionou os resultados efetivos da política de juros altos no combate à inflação, argumentando que outras medidas poderiam ser mais eficazes.
A reação negativa à alta da Selic demonstra a crescente preocupação com os impactos da política monetária restritiva na economia brasileira. As críticas de entidades representativas e de parlamentares reforçam o debate sobre a necessidade de se buscar um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico, evitando medidas que agravem a situação social e econômica do país. A eficácia da estratégia do CMN para alcançar a estabilidade de preços, sem sufocar a economia, permanece em questionamento.