IBGE aponta avanço na limpeza urbana, mas lixões seguem ativos no país
Avanço na limpeza urbana, mas lixões persistem no Brasil, aponta IBGE
– Apesar de um avanço significativo na coleta de lixo urbano no Brasil, a persistência de lixões a céu aberto continua sendo um problema crítico, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O estudo revela um cenário complexo, onde a melhoria nos serviços de limpeza se contrapõe à realidade de muitas localidades que ainda dependem de métodos inadequados e nocivos ao meio ambiente.
De acordo com a pesquisa, 99,4% dos municípios brasileiros dispunham de serviço de coleta de lixo em 2022. Esse índice representa uma melhora considerável em relação a 2012, quando apenas 91,1% das cidades ofereciam esse serviço básico. A cobertura da coleta atingiu 99,8% nas regiões Sul e Sudeste, demonstrando uma maior capacidade de infraestrutura nessas áreas. Já as regiões Norte e Nordeste apresentaram índices mais baixos, embora também tenham registrado progressos significativos na última década.
Entretanto, a aparente melhoria na coleta de resíduos não se traduz em uma eliminação completa dos problemas ambientais relacionados ao lixo. O IBGE destaca que, apesar do aumento na coleta, a destinação final inadequada dos resíduos sólidos permanece preocupante. Ainda em 2022, 6.535 dos 5.570 municípios brasileiros (equivalente a 117,3% do total), utilizavam lixões a céu aberto para o descarte de lixo. Essa discrepância numérica se explica pelo fato de que muitos municípios utilizam mais de um método de destinação final dos resíduos. Isso revela a realidade de que, mesmo com avanços na coleta, muitos locais ainda não contam com soluções adequadas e sustentáveis para o tratamento do lixo.
A pesquisa indica que o desafio para a melhoria da gestão de resíduos sólidos no Brasil reside na necessidade de investimentos em infraestrutura adequada para a destinação final do lixo, especialmente em regiões com maior vulnerabilidade socioeconômica. A falta de aterros sanitários e a continuidade da utilização de lixões causam impactos ambientais significativos, contaminando o solo e os recursos hídricos, além de contribuírem para a proliferação de doenças.
Em conclusão, os dados do IBGE mostram um cenário ambíguo: enquanto a coleta de lixo avança em todo o país, a persistência dos lixões expõe a fragilidade da gestão de resíduos sólidos no Brasil. A ampliação do acesso a aterros sanitários e o investimento em soluções inovadoras e sustentáveis são cruciais para garantir a saúde pública e a preservação do meio ambiente, demandando políticas públicas efetivas e a conscientização da população sobre a importância da destinação correta dos resíduos.