Homens são condenados a mais de 22 anos de prisão por matarem acusado de estupro em ‘tribunal do crime’, em Mogi das Cruzes



Justiça condena a mais de 22 anos de prisão autores de linchamento em Mogi das Cruzes

Mogi das Cruzes (SP) – Dois homens foram condenados a mais de 22 anos de prisão pela morte de um homem acusado de estupro, em um caso de linchamento ocorrido dentro do Fórum de Mogi das Cruzes. A sentença, proferida na última sexta-feira (13), pela juíza Daniela Cristina de Almeida, da 1ª Vara do Júri da cidade, marcou o encerramento de um julgamento que chocou a região e reacendeu debates sobre justiça por conta própria.

Os condenados, identificados como Leonardo dos Santos e José Luiz de Oliveira, receberam penas de 22 anos e 6 meses e 22 anos e 8 meses de reclusão, respectivamente. Eles foram considerados culpados por homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver. O crime aconteceu em 20 de abril de 2023, após uma audiência de custódia de um homem acusado de estupro. Segundo a denúncia do Ministério Público, Santos e Oliveira, que não tinham nenhum vínculo com o caso principal, se aproveitaram do momento de fragilidade do acusado para atacá-lo com chutes e pauladas no estacionamento do fórum.

A juíza Daniela Cristina de Almeida destacou a gravidade do crime e a total ausência de compaixão dos réus. A sentença levou em conta a crueldade do ato, praticado em um local público e supostamente seguro, e a premeditação aparente no esconderijo do corpo da vítima. A defesa dos acusados argumentou em favor da legítima defesa e da ausência de dolo (intenção de matar), mas os argumentos não foram aceitos pela magistrada. Apesar do réu inicial do caso de estupro ter se apresentado em audiência, ele não se envolveu diretamente na confusão que resultou no linchamento.

A sentença, que ainda cabe recurso, foi recebida com alívio por parte de familiares da vítima e de órgãos de segurança pública, que consideram a decisão uma demonstração da força da lei no combate à violência e à justiça privada. O caso serve como um alerta sobre os perigos do linchamento e a importância da confiança no sistema judiciário, mesmo em situações que despertam forte indignação pública. A pena imposta aos condenados representa uma condenação contundente a este ato bárbaro, reforçando a necessidade de punição exemplar para aqueles que promovem a violência fora dos limites da lei.

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