Guarda do presidente afastado da Coreia do Sul impede que polícia cumpra mandado de prisão emitido pela Justiça
Guarda presidencial impede prisão de ex-presidente sul-coreano
– Um mandado de prisão contra o ex-presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, foi bloqueado nesta sexta-feira, 3 de janeiro, por agentes da guarda presidencial que impediram a polícia de cumprir a ordem judicial. A ação gerou uma crise institucional e reacendeu o debate sobre o poder da guarda presidencial e a impunidade de figuras políticas de alto escalão no país.
O mandado foi emitido pela justiça sul-coreana em decorrência de uma investigação sobre alegações de corrupção durante o governo de Lee Myung-bak, que governou o país entre 2008 e 2013. A promotoria acusa o ex-presidente de receber subornos e desviar fundos públicos, crimes que, se comprovados, podem levá-lo a uma pena de prisão significativa. Detalhes específicos sobre o montante de dinheiro envolvido e os detalhes das acusações não foram divulgados pela promotoria neste momento.
A tentativa de prisão ocorreu na residência oficial de Lee Myung-bak, onde membros de sua guarda pessoal, que ainda lhe oferecem proteção apesar de ter deixado o cargo, impediram fisicamente a entrada da polícia. De acordo com relatos da imprensa local, houve um confronto entre os policiais e a guarda presidencial, embora a polícia não tenha divulgado detalhes sobre a natureza ou o resultado desse confronto. O incidente, gravado por câmeras de segurança, sugere uma resistência ativa e organizada à execução do mandado.
A intervenção da guarda presidencial na tentativa de prisão levanta preocupações sérias sobre a independência do sistema judicial sul-coreano e a possibilidade de interferência política na aplicação da lei. A ação também questiona a eficácia das leis de responsabilização de altos funcionários públicos no país.
O governo sul-coreano ainda não se pronunciou oficialmente sobre o incidente, gerando especulação sobre a possibilidade de uma resposta política à ousadia da guarda presidencial. A promotoria prometeu dar sequência às investigações e buscar meios legais para garantir a prisão do ex-presidente. O caso promete gerar debates acalorados no Parlamento e na sociedade sul-coreana nas próximas semanas. A decisão de como o governo irá lidar com a insubordinação da guarda presidencial será crucial para definir o curso das investigações e a percepção pública da justiça no país.