Grades em janelas, cigarros superfaturados e pinos de cocaína: os relatos de vítimas resgatadas de clínica terapêutica ilegal em Magé
Magé, RJ – 29 de janeiro de 2025 – Uma operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro resgatou, na última segunda-feira (27), 17 pessoas de uma clínica terapêutica ilegal localizada em Magé, na Baixada Fluminense. As vítimas, que buscavam tratamento para dependência química, relataram condições degradantes e maus-tratos durante o período em que permaneceram no local. A denúncia, que culminou na operação, detalha um cenário de terror para aqueles que buscavam ajuda para superar suas dependências.
Segundo os relatos das vítimas, a clínica, que funcionava sem autorização, oferecia tratamento precário e submetia os pacientes a diversas violações de direitos humanos. A alimentação era insuficiente e de baixa qualidade, a higiene era precária, e o ambiente se caracterizava pela falta de assistência médica adequada. Além disso, os relatos apontam para a prática de castigos físicos e psicológicos, incluindo privação de sono e isolamento.
A operação resultou na prisão de pelo menos três pessoas, incluindo um homem identificado como o proprietário do local, e duas mulheres. O grupo é suspeito de crimes como cárcere privado, tortura e violação dos direitos do consumidor. As investigações continuam para apurar a extensão dos crimes e identificar outros possíveis envolvidos.
Durante a operação, os policiais encontraram medicamentos vencidos e sem registro, reforçando a precariedade do atendimento oferecido. As vítimas, após o resgate, receberam atendimento médico e psicológico, sendo encaminhadas para outros centros de tratamento adequados.
O caso evidencia a importância da fiscalização e do combate às clínicas clandestinas, que lucram com a vulnerabilidade de pessoas em busca de tratamento para dependência química. A falta de regulamentação e o acesso dificultado a tratamentos adequados contribuem para a proliferação desses locais que, em vez de ajudar, causam danos irreparáveis à saúde física e mental dos pacientes. As autoridades se comprometeram a continuar as investigações e a combater esse tipo de crime, buscando garantir o acesso a tratamentos dignos e eficazes para pessoas com dependência química. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro foi acionada para auxiliar no acolhimento e encaminhamento das vítimas.