Governo adia decisão sobre retomada das obras da usina nuclear Angra 3
Brasília, 10 de dezembro de 2024 – O governo federal adiou mais uma vez a decisão sobre a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. A expectativa era de que um anúncio fosse feito nesta terça-feira, mas o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que novas avaliações são necessárias antes de uma definição final. A indefinição se prolonga por anos e gera incertezas sobre o futuro do projeto e investimentos bilionários.
O adiamento frustra expectativas do setor de energia e investidores. Segundo Silveira, o governo ainda está analisando os custos atualizados do projeto e os impactos financeiros da retomada das obras, considerando a inflação acumulada desde a paralisação. Não foi apresentada uma nova data para a definição da retomada. A falta de clareza gera preocupação, já que a usina, quando concluída, representaria um acréscimo significativo na capacidade de geração de energia do país.
O projeto de Angra 3, inicialmente orçado em cerca de R$ 11 bilhões, sofre com atrasos e sucessivas revisões de custo há décadas. A construção da usina foi interrompida em 2015, e desde então, diversos estudos de viabilidade e planos de retomada foram elaborados, sem que se chegasse a uma decisão concreta.
O ministro destacou a necessidade de se garantir a viabilidade econômica e financeira do empreendimento, buscando alternativas para minimizar os riscos e garantir o retorno do investimento público. Ele mencionou a busca por novas fontes de financiamento para a obra, que incluem discussões com bancos de desenvolvimento nacionais e internacionais, buscando atrair recursos tanto para a conclusão da construção quanto para as etapas subsequentes de operação.
A decisão sobre o futuro de Angra 3 permanece indefinida, com o governo afirmando a necessidade de mais análises antes de tomar uma posição. A falta de uma data para a conclusão do processo mantém incertezas para o setor energético brasileiro, afetando não apenas o planejamento da matriz energética, mas também a atração de investimentos estrangeiros em infraestrutura. A expectativa agora é que o governo apresente um novo cronograma com prazos definidos para a tomada de decisão.