Gilmar Mendes afasta o presidente da Câmara de Maringá (PR)
Gilmar Mendes afasta presidente da Câmara de Maringá, no Paraná
– O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (26) o afastamento cautelar do presidente da Câmara Municipal de Maringá, no Paraná, Mário Hossokawa (PSD). A decisão atende a um pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que investiga suposta prática de crimes de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Hossokawa terá que deixar o cargo por 90 dias, podendo ser prorrogado, enquanto as investigações seguem.
A decisão de Mendes, proferida no âmbito de um inquérito sigiloso, acolheu os argumentos do MP-PR que apontaram a existência de indícios robustos de participação de Hossokawa nos crimes investigados. Segundo o Ministério Público, o presidente da Câmara teria liderado um esquema de corrupção que teria desviado recursos públicos da prefeitura de Maringá. O órgão apresentou elementos de prova que, na avaliação do ministro, justificam a medida cautelar de afastamento.
O MP-PR argumenta que a permanência de Hossokawa no cargo poderia atrapalhar as investigações, permitindo a influência sobre testemunhas e a ocultação de provas. A decisão de Gilmar Mendes leva em consideração essa possibilidade de obstrução à justiça. O ministro considerou que o afastamento é medida necessária para garantir a imparcialidade das investigações e a efetividade da futura ação penal.
A decisão do STF determina, além do afastamento, o bloqueio dos bens de Hossokawa até o limite de R$ 1,7 milhão. Essa medida visa garantir o ressarcimento aos cofres públicos em caso de condenação. O político também está proibido de se aproximar das testemunhas ou de acessar as dependências da Câmara Municipal de Maringá durante o período de afastamento.
Hossokawa ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes. A defesa dele, porém, poderá recorrer da decisão, buscando reverter a medida cautelar. O caso permanece sob sigilo, com os detalhes da investigação ainda sob proteção. A decisão do STF, entretanto, demonstra a gravidade das acusações contra o presidente da Câmara de Maringá e o comprometimento do Supremo em combater a corrupção no país. O desenrolar do processo e as próximas etapas da investigação serão acompanhadas com atenção.