‘Geração Z não está em negação sobre celular. Eles não dizem que é bom, mas sentem-se presos’, diz autor de ‘Geração Ansiosa’

Rio de Janeiro, 13 de abril de 2025 – A geração Z não nega a influência dos smartphones em suas vidas, mas a relação, segundo o autor de “Geração Ansiosa”, André Miceli, é marcada por uma sensação de aprisionamento. Em entrevista ao G1, Miceli desmistifica a ideia de uma total aceitação ou negação da tecnologia por parte dessa geração. A realidade, afirma ele, é bem mais complexa e matizada.
O livro “Geração Ansiosa” de Miceli se baseia em pesquisas e entrevistas com jovens da geração Z, revelando uma percepção ambígua sobre os celulares. A dependência tecnológica é um fato inegável, mas não se traduz em um discurso de total aprovação. “Eles não dizem que é bom, mas sentem-se presos”, afirma Miceli, resumindo a complexa relação entre os jovens e seus dispositivos. Essa sensação de aprisionamento se manifesta em diversas esferas, influenciando desde o sono e a produtividade até a saúde mental.
Miceli destaca a influência das redes sociais e a pressão por uma imagem perfeita como fatores contribuintes para a ansiedade e o mal-estar entre os jovens. A constante necessidade de conexão e a busca pela validação externa, impulsionadas pela tecnologia, geram um ciclo vicioso que afeta significativamente a saúde mental desta geração. Embora a pesquisa não apresente percentuais específicos sobre o impacto negativo da tecnologia na saúde mental da geração Z, a análise qualitativa das entrevistas aponta para uma prevalência significativa dessa problemática.
A pesquisa, que serviu de base para o livro “Geração Ansiosa”, não se limitou a abordar os aspectos negativos da relação entre a geração Z e os smartphones. O estudo também explorou as maneiras como os jovens utilizam a tecnologia para se conectar com amigos e familiares, acessar informação e construir comunidades online. No entanto, mesmo nesses aspectos positivos, a linha tênue entre o uso saudável e a dependência problemática se faz presente.
Em conclusão, a relação da geração Z com o celular é muito mais profunda do que uma simples aceitação ou rejeição. A pesquisa de André Miceli, refletida em seu livro “Geração Ansiosa”, evidencia uma realidade complexa, marcada por uma dependência que gera sentimentos de aprisionamento, apesar da ausência de um discurso de total aprovação à tecnologia. A análise destaca a urgência em discutir o impacto da tecnologia na saúde mental dos jovens e a importância de promover um uso mais consciente e equilibrado dos dispositivos digitais.